Cinco medidas que a coalizão global aplica contra o Estado Islâmico

Quando o presidente Obama em setembro de 2014 anunciou a formação de uma Coalizão Global para Combater o Estado Islâmico (também conhecido como EI, EIIL e Daesh, acrônimo em árabe do Estado Islâmico), ele foi bem direto ao declarar seu objetivo.

“Nosso objetivo é claro: desintegraremos e, por fim, destruiremos o EIIL através de uma estratégia abrangente e contínua de combate ao terrorismo”, disse Obama.

Desde o anúncio do presidente, o número de parceiros na Coalizão Global para Combater o EIIL cresceu para mais de 60 integrantes. Doze países árabes, bem como a Liga Árabe, fazem parte da coalizão.

A coalizão faz uso de múltiplas linhas de esforço para desintegrar e derrotar o EI:

  • Direcionar ataques aéreos à Síria e Iraque. Os Estados Unidos e outros parceiros de coalizão atingem alvos do EI com ataques aéreos diários — mais de sete mil até hoje.
  • Deter o fluxo de combatentes terroristas estrangeiros à região. Parceiros regionais e de coalizão trabalham juntos para impedir que combatentes cruzem a fronteira para se juntarem ao EI.
  • Pôr fim a financiamentos que apoiam atividades do EI. O Grupo Financeiro de Combate ao EIIL trabalha ativamente para secar as fontes de financiamento que apoiam o EI.
  • Enfrentar a crise humanitária na região. Os Estados Unidos são o maior doador individual de ajuda humanitária à crise síria, contribuindo com mais de US$ 4,5 bilhões em assistência humanitária desde 2011.
  • Expor a natureza verdadeira do EI. Esforços como o Centro Sawab, iniciativa on-line conjunta entre os EUA e os Emirados Árabes Unidos, combatem a propaganda do EI nas mídias sociais.

John Allen, general aposentado do Corpo dos Fuzileiros Navais dos EUA, disse em uma entrevista que os membros da coalizão aprenderam muito no último ano.

“Creio que a primeira lição importante é que, conforme esperávamos, isto vai levar algum tempo”, disse Allen. “E embora isso tenha levado algum tempo, creio que realizamos muita coisa.”

Grupo internacional tem como alvo o financiamento do Estado Islâmico

O dinheiro está prestes a se tornar mais escasso para terroristas.

Os Estados Unidos, a Arábia Saudita e a Itália copresidiram a primeira reunião do Grupo Financeiro de Combate ao EIIL em Roma, de 19 a 20 de março. Representantes de 26 países e vários grupos multilaterais participaram da reunião para coordenar os esforços contra as atividades financeiras do Daesh (acrônimo do Estado Islâmico em árabe) .

Suas metas:

  • Cortar Daesh do sistema financeiro internacional.
  • Combater a extorsão e a exploração por parte do Daesh de bens econômicos como petróleo e patrimônios culturais.
  • Bloquear o financiamento para o Daesh oriundo do exterior, incluindo fundos de doadores externos e combatentes terroristas estrangeiros.
  • Impedir que o Daesh financie ou forneça outros grupos para expandir seu alcance global.

Os integrantes planejam aumentar a coleta e o compartilhamento de informações, coordenar esforços de sanções e fortalecer medidas de financiamento contraterrorista, declarou o Departamento do Tesouro dos EUA (página em inglês e espanhol). O grupo continuará seus esforços de combate ao financiamento do terrorismo realizando uma reunião na Arábia Saudita prevista para maio.

O Departamento do Tesouro continua a trabalhar com parceiros turcos e curdos para deter as receitas de vendas de petróleo por parte do Daesh e com os parceiros do Golfo para deter o fluxo de doações para a organização terrorista.

Os EUA prometem aumentar o número de refugiados reassentados

Já considerada a nação líder quanto ao reassentamento de refugiados, os Estados Unidos vão aumentar significativamente seus esforços neste e no próximo ano.

Falando na Alemanha em 20 de setembro, o secretário de Estado, John Kerry, anunciou planos para reassentar 85 mil refugiados no ano fiscal de 2016 e mais 100 mil no ano fiscal de 2017. Os EUA anunciaram no início de setembro que vão reassentar pelo menos 10 mil refugiados da Síria como parte desse número global.

“Tradicionalmente, somos uma nação que sempre foi um paraíso para aqueles que procuram se livrar da perseguição, da fome, da opressão, da guerra”, disse Kerry. Os EUA têm um longo histórico de reassentamento de refugiados, com mais de 3 milhões começando uma vida nova nos Estados Unidos desde 1975.

“Somos o maior programa único no mundo em termos de reassentamento de refugiados de forma contínua”, disse o secretário.

Enquanto visitava a Alemanha, Kerry se reuniu com refugiados sírios que instaram os EUA e outros países a encontrar uma solução política para o conflito em seu país.

Após um anúncio feito em 21 de setembro de quase US$ 419 milhões em assistência humanitária adicional, os EUA já contribuíram com mais de US$ 4,15 bilhões para os esforços de ajuda humanitária desde que o conflito sírio começou em 2011 — mais do que qualquer outro doador. Apelos de ajuda por parte da ONU permanecem mais de 60% subfinanciados, e os EUA continuam a defender mais ajuda emergencial do mundo inteiro.

“Desde o início do conflito na Síria, estamos orgulhosos de que temos sido capazes de fornecer mais dinheiro para abrigo, alimentação e remédios”, disse Kerry.

“Mas esta medida que estou anunciando hoje creio que está em consonância com a melhor tradição dos Estados Unidos como uma terra de segundas chances e uma luz de esperança, e será acompanhada por contribuições financeiras adicionais para o esforço humanitário não só do nosso governo, mas do povo americano”, disse ele.

Compartilhar:

Leia também

Inscreva-se na nossa newsletter