França diz que Rússia pode enfrentar mais sanções se porto de Mariupol for atacado

(Reuters) – Moscou vai enfrentar mais sanções da União Europeia se separatistas pró-Rússia atacarem o porto ucraniano de Mariupol, disse nesta quarta-feira o chanceler francês, Laurent Fabius, o que potencialmente abriria um corredor para o sul, incluindo a península anexada da Crimeia.

O governo da Ucrânia teme que Mariupol, com seus 500.000 habitantes, possa ser o próximo alvo rebelde depois que separatistas tomaram a cidade estratégica de Debaltseve, disse o ministro de Relações Exteriores ucraniano, Pavlo Klimkin, após conversas de cessar-fogo em Paris há duas semanas.

"O problema hoje é particularmente em torno de Mariupol. Dissemos aos russos claramente que se houver um ataque separatista na direção de Mariupol as coisas se alterariam drasticamente, inclusive em termos de sanções", disse Fabius.

"Em nível europeu a questão das sanções seria solicitada novamente", disse à rádio France Info. O ministro participou de uma reunião terça-feira com representantes da Rússia, Ucrânia e Alemanha, em que todos fizeram apelo para que se respeite o cessar-fogo.
 

Rússia mente quando nega que suas tropas estão na Ucrânia, diz Kerry

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse nesta terça-feira que a Rússia está mentindo quando diz que não há tropas ou equipamentos russos na Ucrânia, onde separatistas pró-russos enfrentam as tropas do governo.

Os confrontos diminuíram no leste da Ucrânia nos últimos dias, elevando a esperança de que um cessar-fogo que estava previsto para começar em 15 de fevereiro possa finalmente entrar em vigor, depois que os rebeldes inicialmente ignoraram o acordo e invadiram Debaltseve, que estava sob controle do governo, na semana passada.

Os países ocidentais não desistiram de um acordo de cessar-fogo para acabar com o conflito que já matou mais de 5.600 pessoas, embora continuem suspeitando dos rebeldes e seu patrono presumido, o presidente russo, Vladimir Putin.

Questionado durante um depoimento ao Congresso norte-americano se a Rússia estava mentindo quando diz que não tem tropas ou material na Ucrânia, Kerry respondeu: "Sim".

Kiev e seus aliados ocidentais dizem que os rebeldes são financiados e armados por Moscou e apoiados por unidades militares russas. Moscou nega que esteja ajudando simpatizantes na Ucrânia e diz que tropas fortemente armadas de língua russa que operam sem insígnias na região não são os seus homens.

O chefe da diplomacia dos EUA mais tarde falou sobre a necessidade de pressionar contra a posição da Rússia de que não está envolvida no conflito.

"A Rússia… está tragicamente reacendendo um novo tipo de jogo Leste-Oeste, de soma zero, que nós acreditamos que seja perigoso e desnecessário", disse Kerry a parlamentares ao testemunhar sobre o Orçamento do Departamento de Estado.

 

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