EUA não aceitam “legitimidade” de exigências da China em zona aérea

O governo dos Estados Unidos afirmou nesta segunda-feira que não aceita a "legitimidade" das exigências da China na área de identificação de defesa aérea (ADIZ) no Mar da China Oriental, apesar de ter recomendado seus aviões comerciais a notificar Pequim sobre sua passagem por esse espaço.

"Não aceitamos a legitimidade das exigências da China para operar na recém declarada ADIZ", disse em sua entrevista coletiva diária o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

O anúncio da China sobre o estabelecimento da ADIZ "causou confusão e aumentou o risco de acidentes", declarou o porta-voz do presidente Barack Obama.

Carney reiterou que o país continua "profundamente preocupado" pela criação da ADIZ e que a "recomendação" aos aviões comerciais para que sigam os procedimentos fixados por Pequim para essa zona tem a ver com garantir "a segurança dos passageiros".

Essa recomendação "de nenhuma maneira indica a aceitação do governo dos Estados Unidos dos requisitos da China", insistiu o porta-voz.

As tensões regionais em torno da ADIZ, que abrange as disputadas ilhas Senkaku, controladas por Tóquio e cuja soberania é reivindicada pela China (onde são conhecidas como Diaoyu), e uma zona controlada por Seul, marcarão a viagem asiática do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, recém chegado ao Japão.

A nova zona aérea faz com que, a partir de agora, a China exija que todas as aeronaves apresentem previamente suas rotas de voo e se mantenham identificadas por rádio nesse espaço.

Tóquio é a primeira parada de Biden, que também visitará China e Coreia do Sul para se reunir com os líderes dos três países.
 

China preocupa os EUA

Os Estados Unidos estão profundamente preocupados pela zona de defesa aérea decretada por Pequim no mar da China Oriental, declarou o vice-presidente Joe Biden antes de se reunir nesta terça-feira com as autoridades japonesas em Tóquio.

O governo japonês disse que acreditava que obteria o apoio americano em sua oposição a uma iniciativa que taxou de extremamente perigosa.

A China anunciou que defenderá seu direito de controlar os aviões que sobrevoam a zona definida, que inclui o arquipélago das Senkaku, controlado por Tóquio e exigido por Pequim sob o nome de Diaoyu.

"Nós continuamos muito preocupados pelo anúncio de uma nova zona de defesa aérea", declarou Biden ao jornal Asahi Shimbun.

"Eu ratificarei a força de nossos compromissos de aliança e ressaltarei a importância de evitar ações que possam minar a paz, a segurança e a prosperidade na região", declarou Biden ao jornal.

Desde que as autoridades chinesas proclamaram esta zona de defesa aérea, onde querem que todos os aviões obedeçam as suas ordens sob penas de se exporem a medidas defensivas de emergência, foi criado um ambiente de grande nervosismo.

"A declaração da China de uma zona de identificação de defesa aérea é uma tentativa de mudar unilateralmente o status quo, que pode desencadear situações inesperadas e que é um ato extremamente perigoso", declarou aos jornalistas o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, antes de uma reunião a portas fechadas de Biden com o primeiro-ministro Shinzo Abe.

"Japão e Estados Unidos compartilham a posição de que a zona de identificação de defesa aérea é inaceitável (…) Acredito que (Biden) se dirigirá à China para discutir vários temas, incluindo este, com sua compreensão da posição japonesa", acrescentou Suga.

Na quarta-feira, Biden viajará a Pequim, onde se reunirá com o presidente Xi Jinping.

Com agências EFE e AFP

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