Entrevista com Dennis Muilenburg, Presidente e CEO da Boeing Defense, Space & Security

Nota DefesaNet – Ao final de quinta-feira (18AGO11) a Boeing liberou esta entrevista de Dennis Mullenburg

Dennis Muilenburg é presidente e CEO da Boeing Defense, Space & Security e também faz parte do Conselho Executivo da empresa. Esta unidade da empresa, que gera US$32 bilhões e emprega 64 mil pessoas, fornece soluções integradas que atendem as necessidades de clientes nos setores de defesa, governamental, espacial, inteligência e segurança dos Estados Unidos e em todo o mundo. Sediada em St. Louis, a empresa concentra suas operações em St. Louis; sul da California; Seattle; San Antonio; Houston; Philadelphia; Mesa; Huntsville; litoral espacial da Florida; Washinton, D.C.; Austrália; Arábia Saudita; e Reino Unido.
 
Nesta entrevista exclusiva para o informativoBoeing, Muilenburg fala sobre o mercado de defesa brasileiro, como os programas da Boeing se relacionam à Estratégia Nacional de Defesa do Brasil e o Programa F-X2 para reequipamento de jatos de combate da Força Aérea Brasileira.
 
Qual é a importância do Brasil para a Boeing?
A Boeing vê o Brasil como líder mundial de comércio e de tecnologia aeroespacial. Não queremos simplesmente ser um "fornecedor", mas sim desenvolver uma parceria industrial duradoura, construída na base da confiança e que contribuirá para o crescimento da economia brasileira em geral. A Estratégia Nacional de Defesa do Brasil destaca o desejo de desenvolver uma indústria brasileira de defesa e a Boeing busca parcerias com a indústria local para que o Brasil alcance o seu objetivo de autonomia nacional.

Como a Boeing pode ajudar o Brasil a desenvolver uma capacidade industrial autônoma de defesa?

É importante entender que a Boeing não é apenas uma fabricante de aviões, mas oferece um amplo portfólio de sistemas de defesa e capacidades…. A Estratégia Nacional de Defesa brasileira reconhece que uma parceria com fabricantes estrangeiros pode reduzir os custos e encurtar prazos. Uma parceria econômica poderosa já existe atualmente entre Brasil e Estados Unidos, e o Programa F-X2 oferece uma oportunidade para reforçar ainda mais esta parceria na área de defesa e segurança a nível governamental e industrial. Assim, acreditamos firmemente que a Boeing pode fornecer uma parceria superior àquela proposta por nossos concorrentes. Os produtos da Boeing atendem todos os requerimentos materiais identificados pela Estratégia Nacional de Defesa do Brasil, seja transporte militar, satélites, veículos aéreos não tripulados (VANT), sistemas em rede, segurança cibernética e proteção de infra-estruturas críticas, superioridade aérea e armas. Ter este portfólio diversificado significa que podemos entregar um desempenho maior a custos baixos e ajudar o Brasil a alcançar seu objetivo de autonomia nacional.
 
Um dos elementos-chave da concorrência F-X2 é a transferência de tecnologia. O que a Boeing está fazendo para assegurar a transferência de tecnologia do Super Hornet para o Brasil?
 
Trata-se de uma venda cujo contrato será entre o governo brasileiro e o governo americano. O apoio total do governo dos Estados Unidos está por trás desta venda, assim como a transferência de tecnologia. Temos aprovação e apoio total do Congresso americano, do Departamento de Estado, do Departamento de Defesa, e do Presidente Barack Obama.
 
A visita do Presidente Obama teve algum impacto nas chances da Boeing vencer a concorrência no Brasil?
 
A viagem do presidente ao Brasil significou a intenção do governo dos Estados Unidos de formar uma parceria mais próxima e mais estratégica com o Brasil. Acredito que a mensagemdo presidente Obama e as cartas do Congresso americano esclarecem quaisquer dúvidas pendentes sobre transferência de tecnologia dos Estados Unidos para o Brasil
.
O Sr. acredita que a Boeing tem a melhor proposta nesta concorrência?
 
Certamente! A Boeing oferece ao Brasil um aviao de caça avançado, multitarefa, provado em combate, e que está em produção hoje e no futuro. Além do mais, é um avião de baixo custo, representa riscos baixos e é utilizado atualmente pela Marinha dos Estados Unidos e pela Real Força Aérea da Austrália. O Super Hornet tem mais de 930 mil horas de voo, das quais mais de 150 mil horas em combate. A proposta da Boeing compreende uma variedade de tecnologias e recursos, os quais somente a Boeing oferece à indústria brasileira, além do acesso a uma vasta cadeia de fornecedores e ao mercado mundial e de defesa dos Estados Unidos.
 
Se o F/A-18 Super Hornet vencer o F-X2, quando é que a Força Aérea Brasileira receberá seus novos aviões de caça?
 
A Boeing já entregou mais de 515 Super Hornets para a Marinha Americana e a Real Força Aérea da Austrália dentro ouaté antes do prazo. Teremos o mesmo compromisso com os Super Hornet brasileiros – entregar os aviões dentro ou antes do prazo. Também estaremos prontos para apoiar a Força Aérea Brasileira com treinamento, manutenção e o apoio necessário para alcançar disponibilidade operacional e o que mais for preciso.

A Boeing busca outras oportunidades no Brasil?

A medida em que o Brasil se prepara para a Copa do Mundo e os Jogos Olimpicos, vemos uma demanda crescente em diversas áreas incluindo segurança e gerenciamento de tráfego aéreo. Com um vasto leque de capacidades no espectro ar, terra, mar, espaço e cibernética, a Boeing está bem preparada para atender as necessidades do Brasil.
Em termos de parcerias industriais, o Sr. acha que as empresas aeroespaciais brasileiras poderiam fazer parte da cadeia de fornecedores da Boeing?

A Boeing está sempre procurando fornecedores que nos tornem mais competitivos e o Brasil possui empresas aeroespaciais de primeira classe. O envolvimento da indústria brasileira é muito bem-vindo não só na fabricação do Super Hornet, mas colaborando conosco nas futuras versões deste avião. A Boeing tem um recorde inigualável em se tratando de programas de parcerias industriais no mundo todo. Os beneficios para a indústria brasileira incluem o acesso a novas tecnologias e processos, a abertura de novos mercados, alem de compeititividade global.

Materias na imprensa indicam que a decisão do Programa F-X2 foi adiada para 2012. O que o Sr. acha?

Entendemos que o Brasil tem outras prioridades neste momento e dado que a aeronave escolhida desempenhará um papel vital na defesa da soberania brasileira e interesses de segurança nacional nos próximos 30 ou 40 anos, compreendemos a importância da análise cuidadosa não só das capacidades da aeronave, mas os benefícios econômicos de longo prazo que cada concorrente oferece.

Qual é a mensagem que a direção da Boeing enviaria para o governo, as forças armadas e a populaçao brasileira sobre a confiabilidade na execução do contrato?

Em primeiro lugar, estamos honrados por ser um dos finalistas do Programa F-X2. Sobre o tema da confiabilidade: cada Super Hornet foi entregue antes ou dentro do prazo previsto desde o início do programa. Nosso registro de desempenho com os nossos clientes Hornet é excepcional. A Boeing tem um recorde de 100% de sucesso em atender ou exceder nossas obrigações de parcerias industriais em áreas que vão desde a transferência de tecnologia até suporte durante o ciclo de vida, de oportunidades de desenvolvimento conjunto até a aplicação de pesquisa com parceiros governamentais, indústria e universidades. A Boeing está empenhada na construção de uma relação estratégica de longo prazo com o governo e a indústria brasileira. Tendo investido aproximadamente US $41 bilhões em compromissos industriais em 40 países, gostaria de pedir que sejamos julgados pelos nossos resultados e não somente por palavras ditas. No fim do dia, tudo se resume em promessas feitas, promessas cumpridas.

DefesaNet

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