Pentágono cria lista de softwares a não serem comprados para bloquear China e Rússia

O Pentágono está trabalhando em uma lista “não compre” de softwares para bloquear fornecedores que usam códigos de software da Rússia e da China, disse uma autoridade de aquisições do Departamento de Defesa nesta sexta-feira. Ellen Lord, sub-secretária de Defesa para aquisições e sustentação, disse a repórteres que o Pentágono estava trabalhando há seis meses em uma lista “não compre” de fornecedores de softwares.

A lista tem o intuito de ajudar os funcionários de aquisição e parceiros da indústria do Departamento de Defesa a evitar comprar códigos problemáticos para o Pentágono e fornecedores. “O que nós estamos fazendo é nos certificar de que não compramos softwares que tenham origem russa ou chinesa, por exemplo, e frequentemente é difícil dizer no primeiro olhar por conta de holdings”, disse ela a repórteres reunidos em uma sala de imprensa no Pentágono.

O Pentágono tem trabalhado de perto com a comunidade de inteligência, disse ela, acrescentando que “identificamos certas companhias que não operam de um modo consistente com o que temos para padrões de defesa”.

Lord não deu mais detalhes sobre a lista. Os comentários dela foram feitos antes da provável aprovação da lei de gastos do Pentágono pelo Congresso no início da próxima semana.

A lei contém provisões que forçariam empresas de tecnologia a detalhar se permitiram países como China e Rússia examinarem os trabalhos internos do software vendido aos militares dos EUA.

A legislação foi esboçada após uma investigação da Reuters mostrar que fabricantes de softwares permitiram que uma agência de defesa russa buscasse vulnerabilidades em softwares usados por algumas agências no governo dos EUA, incluindo o Pentágono e outros órgãos de inteligência.

Lord acrescentou que um relatório que será divulgado em breve sobre a cadeia de suprimentos dos militares dos Estados Unidos mostrará que o Pentágono depende de componentes da China para alguns equipamentos militares.

O relatório sobre a base industrial revela que “existe um grande foco de dependência de países estrangeiros para o suprimento, e a China aparece com grande proeminência”, disse Lord.

Ela disse que o relatório já está nas mãos da Casa Branca e que será publicado dentro de um mês. A divulgação do relatório virá num momento de receios crescentes de membros do Congresso e da comunidade de inteligência dos EUA de que equipamentos de telecomunicações chineses estejam sendo usados para espionar norte-americanos.

Também se trata do exemplo mais recente dos esforços do Pentágono para lidar com as interações militares com produtos chineses.

Em abril o Departamento de Defesa parou de vender celulares e modems fabricados pelas empresas de tecnologia chinesas Huawei Technologies e ZTE em lojas de suas bases militares, citando riscos de segurança em potencial.

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