PF – Twitter invadido e ameaças falsas

GABRIELA SÁ PESSOA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO
PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE

 
A conta da Polícia Federal no microblog Twitter foi invadida por hackers neste sábado, meia hora antes do início do jogo entre Brasil e Chile em Belo Horizonte.
 
A mensagem publicada dizia que havia uma ameaça de bomba dentro do Mineirão, local da partida, e que não se descartava a possibilidade de esvaziar o local.
 
A PF desmentiu a mensagem só depois de a partida começar. O governo ainda não sabe quem foi o responsável pelo ataque. O caso está sendo investigado pela unidade de repressão a crimes cibernéticos da PF e pelo próprio Twitter.
 
A mudança da senha da conta no microblog ocorreu às 12h22 e a postagem da notícia sobre a ameaça de bomba, às 12h24. A pedido do governo, o Twitter retirou do ar a mensagem da ameaça.
 
Pouco depois do início do jogo, o Palácio do Planalto e o ministro Thomas Traumann (Secretaria de Comunicação Social) publicaram mensagens no Twitter dizendo que a conta da PF tinha sido invadida e que a notícia era falsa.
 
Em nota, a PF confirmou a invasão e disse que tomou providências para restabelecer o serviço no Twitter e que ainda procura os responsáveis pelo ataque.
 
Estádio
 
No estádio, não houve nenhum tipo de agitação entre as forças de segurança por conta do boato. Agentes da PF informaram que todos os protocolos estavam mantidos.
 
Também os policiais do Gate, o grupamento especial da Polícia Militar, disseram à reportagem que não chegou para eles nenhum sinal de alerta.
 
Outro sinal de aparente tranquilidade foi no trajeto que a reportagem fez até a unidade da PF no interior do estádio. Havia uma sala repleta de bombeiros e agentes de saúde de plantão, todos deitados e sentados, assistindo por uma TV ao jogo da seleção, que já havia iniciado.
 
A Polícia Federal de Minas Gerais também foi acionada na manhã de hoje para investigar uma suspeita de ameaça de bomba no Aeroporto Internacional Tancredo Neves em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte.
 
Segundo o órgão, a suspeita surgiu quando duas malas foram encontradas abandonadas no saguão do aeroporto. O Grupo de Bombas e Explosivos da PF foi acionado para isolar as bagagens e parte do terminal foi esvaziado durante a operação.
 
A assessoria da PF ainda não soube informar o conteúdo das bagagens encontradas nem a quem elas pertenciam.
 
ATAQUES CIBERNÉTICOS
 
No dia 11, a Polícia Federal disse que esperava uma crescente onda de ataques por causa do Mundial e que montou uma rede de controle, que trabalha 24 horas, para reforçar a segurança.
 
A declaração foi feita após representantes do grupo hacker Anonymous afirmarem à agência de notícias Reuters que planejariam ataques digitais a sites ligados à Copa do Mundo, à sua cobertura e ao governo.
 
O grupo reivindicou ataques a páginas de prefeituras, câmaras municipais e demais órgãos estatais, às contas de Twitter de mais de um meio de comunicação e ao site da Hyundai, patrocinadora do evento.
 
Há três tipos principais de ataque a sites. O mais comum é o de Negação Distribuída de Serviço (DDoS, na sigla em inglês), em que os hackers direcionam um alto volume de acessos simultâneos para sobrecarregar os servidores.
 
O segundo mais comum é o defacement, que consiste na invasão da página para incluir mensagens de protesto. No terceiro tipo, mais grave, os invasores descobrem informações valiosas no site e as vazam.

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