Bastidores LAAD Defence & Security 2019 II – Exclusivo – A Visão Americana

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The Editor

O Encarregado Interino de Negócios, o diplomata  William Popp, responde pela a Embaixada Americana, em Brasília,  desde que o Embaixador Michael Mckinley, foi chamado à Washington, para assumir a função de assessor especial do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, a partir do segundo semestre do ano passado. (Nota DefesaNet – com relevante participação nas negociações com a Coreia do Norte).

O Diplomata Willian Popp respondeu às perguntas de DefesaNet, em especial esclarecendo inúmeras questões e dúvidas sobre os acordos assinados, em Washington DC, pelo Presidente Jair Bolsonaro.

DefesaNet agradece ao assessor de imprensa da Embaixada Americana Sr. Mark A Pannell pela atenção e apoio.

 

DefesaNet – Como o Governo Americano vê a indicação do Brasil como Aliado Preferencial Extra-OTAN?

Willian Popp – A designação de aliado especial fora da NATO (Major Non-NATO Ally – MNNA) é uma decisão unilateral dos Estados Unidos e identifica as principais parcerias estratégicas de defesa.  O Brasil é o segundo país a receber a designação MNNA no hemisfério ocidental. O MNNA reforça a forte relação de defesa bilateral entre os EUA e o Brasil.

DefesaNet – Quais as ações que podem ser iniciadas no campo militar após esta indicação?

Willian Popp – A designação do status MNNA reforça a forte relação de defesa bilateral entre os EUA e o Brasil, ajudando a apoiar o planejamento alinhado de defesa, de contratação e de treinamento. Algumas das vantagens do estatuto do aliado fora do NATO incluem a colaboração no desenvolvimento de tecnologias de defesa; acesso privilegiado à indústria de defesa norte-americana; e a ampliação das trocas militares conjuntas, exercícios e treinamentos, bem como o acesso especial ao financiamento de equipamentos militares.

DefesaNet – E no campo político?

Willian Popp – Ressaltamos a importância da rica e multifacetada relação que desfrutamos com o Brasil, como por exemplo a recente visita do presidente Bolsonaro a Washington e a conclusão de múltiplos e novos acordos e parcerias. Estamos entusiasmados para continuar a trabalhar juntos para fortalecer essa relação, inclusive sobre formas de estimular o crescimento econômico, gerar empregos em ambos os países e em nosso compromisso comum de promover a segurança, a democracia e os direitos humanos.

O futuro para a nossa cooperação política e militar é brilhante.  Continuaremos a procurar formas de cooperar e complementar os pontos fortes de cada um.

DefesaNet – É necessário que o Senado Americano aprove esta indicação ou é automática? Também para o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (TAS)?

Willian Popp  – A designação como aliado especial fora da NATO (MNNA) é uma decisão tomada pelo presidente dos EUA e fornece cooperação nas áreas de segurança e defesa de longo prazo.  Ela não requer ratificação pelo Senado ou Congresso dos EUA.

Em 18 de março, o governo dos EUA e o do Brasil assinaram o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (TSA) que prevê à participação dos EUA no Centro de Lançamento de Alcântara.  O acordo entrará em vigor após uma troca de notificações entre os dois países, confirmando que todos os requisitos domésticos de entrada foram cumpridos. Para os EUA, o TSA é um acordo executivo, e nossos requisitos domésticos são concluídos mediante assinatura. Para o Brasil, é necessária a aprovação do Congresso.

General Mike Plehn Comandante Adjunto Militar do Comando Sul dos EUA, no Stand do Ministério da Defesa com o Tenente-Brigadeiro-do-Ar Baptista Júnior, Chefe de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa Foto -Consulado Geral dos EUA-RJ

 

DefesaNet –  Complementando quais ações no campo industrial e tecnológico abrem para os dois países após a indicação?

Willian Popp – A Indústria de Defesa é um dos principais condutores do desenvolvimento tecnológico e de crescimento económico.  As empresas de defesa brasileiras e norte-americanas já estão cooperando, mas poderiam alavancar ainda mais nesse sentido.

Como as duas maiores democracias e economias do hemisfério ocidental, os EUA e o Brasil têm muito em comum e muito a ganhar trabalhando juntos.  Isto é particularmente verdadeiro no setor da defesa – uma incubadora crucial para uma tecnologia inovadora, cargos de alto nível e o crescimento econômico.

DefesaNet – O acordo BOEING – EMBRAER será beneficiado com esta ação do governo americano? Afetará os projetos do Super Tucano e a Joint Venture referente ao KC-390?

Willian Popp – O acordo BOEING – EMBRAER é uma transação comercial e não será afetado pela designação do status de aliado especial fora da NATO (MNNA) nem pelo Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (TSA).

 

O Acordo de Salvaguardas Tecnológicas é o ambiente propício para prosseguir com lançamentos espaciais com tecnologia norte-americana. O Acordo desencadeará a cooperação comercial bilateral em uma variedade de tecnologias avançadas relacionadas ao espaço, incluindo satélites e grandes oportunidades econômicas para os norte-americanos e brasileiros. 

DefesaNet – O que o Sr. gostaria de complementar?

Willian Popp – Incentivar a cooperação entre as nossas indústrias de defesa é prioridade máxima.  Em 2016, lançamos o Diálogo da Indústria de Defesa (DID) que reuniu líderes de importantes empresas de defesa brasileiras e norte-americanas, juntamente com lideranças políticas e especialistas técnicos de governos e militares para discutir oportunidades de parcerias. O DID acabou de acontecer no Rio de Janeiro (01ABR2019, na EGN), seguido da feira de Defesa e Segurança da América Latina (LAAD).

 

Os EUA buscam ampliar e aprofundar a parceria de defesa com o Brasil. Trazemos vasta experiência operacional, tecnologia comprovada e excelente custo-benefício em nossa cooperação de defesa.  Grande parte desta tecnologia e “expertise” está em exposição na LAAD deste ano.  Trinta e seis empresas norte-americanas estão presentes na feira, representando o maior grupo nacional após o Brasil.

 

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