Jungmann considera a chegada da empresa suíça RUAG um feito histórico

Alexandre Gonzaga

"É um feito histórico, pois é a primeira vez, em quase 90 anos, que temos a instalação de uma fábrica de munições de uma empresa estrangeira no Brasil", afirmou o ministro da Defesa, Raul Jungmann, durante a cerimônia de assinatura de Protocolo de Intenções entre o governo do estado de Pernambuco e a presidência da indústria suíça RUAG AMMOTEC, na manhã desta sexta-feira (15), em Recife.

"Nós estamos descentralizando uma planta de produção de armamentos para a região Nordeste, especificamente, para o estado de Pernambuco. O governo Paulo Câmara fez o dever de casa, colocando a indústria de defesa dentro do Prodepe (Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco), isso significa uma extraordinária vantagem”, disse Jungmann.

Ainda de acordo com o ministro, um outro aspecto chama atenção. "Por razões históricas toda a concentração da produção de armamentos e munições no Brasil está no Rio Grande do Sul", comentou.

O governo Paulo Câmara fez o dever de casa, colocando a indústria de defesa dentro do Prodepe, Jungmann também lembrou o trabalho desenvolvido pela Secretaria de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa. "Nós conseguimos que os produtos da Base Industrial de Defesa pudessem ser financiados pelo Fundo de Desenvolvimento do Nordeste e demais Fundos que temos na região. A vinda da RUAG pode ser o início do processo de um conjunto de empresas voltadas especificamente para a Base Industrial de Defesa, que representa 3,7% do PIB, com aproximadamente 60 mil empregos diretos e 240 mil indiretos, que compreende desde alimentação, vestuário, aeronaves e navios", relatou o ministro.

Em conversa com jornalistas, Jungmann disse a vinda da RUAG para o Brasil é um fator gerador de novos capitais, tecnologia e competitividade. "É Fundamental agregar conhecimento e produtos de boa qualidade", acrescentou.

A instalação da multinacional RUAG no Brasil representa um passo importante para abertura de mercado, redução de preço de munições para forças policiais (graças à produção nacional) e geração de emprego e renda.

O Protocolo de Intenções para a construção da RUAG foi assinado entre o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e a presidente da RUAG no Brasil, Maria Vasconcelos.

A estimativa é que a produção se inicie o ano que vem. Em Pernambuco, a meta é produzir calibres para armas pequenas como 9 milímetros, ponto 40 e 380, com um investimento inicial de R$ 58,5 milhões. Fundada em 1995, a empresa europeia conta com 12 fábricas em todo o mundo e emprega 9 mil pessoas.

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