Sistema antiaéreo Pantsir vai defender o céu do Ártico

Oleg Nekhai

Para o trabalho no Ártico é criada também uma versão especial do helicóptero Mi-8. Este veículo será munido de tecnologias utilizadas nas cosmonaves.

O plano de medidas do Ministério da Defesa inclui o restabelecimento de aeródromos árticos que poderão ser utilizados por aviões de mais diversos tipos. Como é natural, todos os aeródromos necessitam de sistemas eficientes de defesa antiaérea.

Um destes aeródromos é a base aérea Temp nas ilhas de Novossibrsk, que será capaz de receber aviões de todos os tipos, assim como aeródromos nos arquipélagos de Nova Zembla e da Terra de Francisco José, revela o perito militar Viktor Marakhovsky, redator-chefe da revista Arsenal da Pátria: “Os aeródromos serão dispostos em cadeia na zona ártica. O complexo de raio curto de ação Pantsir-S1 e a sua versão modernizada Pantsir-SM – agora em fase de desenvolvimento – são destinados para a defesa antiaérea dos objetos estacionários. Como é natural, os aeródromos pertencem ao número de objetos deste gênero.”

O complexo inclui mísseis antiaéreos teleguiados e canhões automáticos. Um Pantsir pode combater com eficiência não somente aeronaves de ataque pilotados mas também as aeronaves não tripuladas, os helicópteros e mísseis alados, assim como destruir alguns tipos de armas de alta precisão, como, por exemplo, os mísseis teleguiados “ar-superfície”.

O reforço dos meios da defesa antiaérea à custa de um complexo tão poderoso é apenas um dos passos no desenvolvimento da infra-estrutura militar do Ártico. Os demais países da região ártica acompanham com o máximo de atenção todos estes passos da Rússia e intensificam a sua atividade militar nesta região, ressalta Viktor Murakhovsky:

“Um sinal evidente disso são medidas tomadas pelos EUA que utilizam de há muito o Ártico como local de instalação das suas forças de ataque, em particular, dos submarinos e da aviação estratégica. De acordo com os planos, as trajetórias de mísseis balísticos, incluindo os mísseis munidos de ogivas nucleares, devem atravessar a região ártica. Alguns países-membros da OTAN, por exemplo, a Noruega, também desenvolvem a atividade militar nesta região. Tornaram-se regulares os incidentes com os navios pesqueiros russos, forçados pela guarda costeira da marinha norueguesa a entrar nos seus portos de controle.”

O Canadá, um outro membro da OTAN, também tem desenvolvido uma atividade intensa no Ártico. Este país possui aí meios de ataque aéreo e a aviação de patrulhamento. Na realidade, estes Estados manifestam descontentamento com o fato de que a Rússia recupera as suas posições. Agora a Rússia cria um sistema de controle da situação na região ártica, o que requer meios aéreos, navais e de radiolocação.

A utilização dos complexos tipo Pantsir permite garantir a defesa antiaérea direta dos objetos. Ao mesmo tempo, para controlar os meios estratégicos e estratégico-operativos, isto é, mísseis balísticos intercontinentais e os mísseis balísticos dos submarinos, é preciso um sistema eficiente de alerta contra o ataque balístico.

A Rússia pretende instalar até o ano de 2020 mais de dez novas estações de aviso sobre o ataque balístico, o que permitirá barrar totalmente o setor ártico e outros setores, em que até agora existiam lacunas nos sistemas de controle. A Rússia continua também a incrementar o seu grupo espacial, que inclui os satélites de alerta contra o ataque balístico, assim como satélites de controle da situação na terra, no mar e no ar.

Texto/tradução: Voz da Rússia

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