China culpa OTAN por levar tensão entre Rússia e Ucrânia a “ponto de ruptura”

Os movimentos da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), liderados pelos Estados Unidos, levaram a tensão entre a Rússia e a Ucrânia a um "ponto de ruptura", disse nesta quarta-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian.

Em uma coletiva de imprensa diária, ele fez um apelo para que os Estados Unidos levem a sério as preocupações da China e evitem minar seus direitos ou interesses no tratamento da questão da Ucrânia e dos laços com a Rússia.

Para primeiro-ministro do Kosovo, UE e OTAN devem simplificar processo de adesão

O primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, acredita que a Europa está enfrentando uma virada dramática com a invasão russa da Ucrânia e pediu a simplificação do procedimento de adesão à União Europeia e à OTAN.

"Nesta situação extraordinária, não podemos nos comportar como em tempos normais. Portanto, o processo de adesão à UE e à OTAN não pode ser feito como foi feito até agora", disse Kurti à AFP em entrevista esta semana em Pristina.

"É imperativo que Bruxelas, a capital da UE e da OTAN, repense uma nova forma de expansão para os Bálcãs Ocidentais", insistiu Kurti.

O ex-ativista pró-independência e preso político, agora chefe do governo, lamentou o curso dos acontecimentos na Ucrânia.

"É chocante. É difícil acreditar no que está acontecendo. Mas ninguém pode dizer que está surpreso", disse ele.

A Rússia é o principal aliado de Belgrado ao se recusar a reconhecer a independência de Kosovo, sua antiga província de maioria albanesa, declarada independente em 2008, bloqueando seu caminho para a adesão à ONU.

A Rússia também tem direito de veto no Conselho de Segurança.

Em troca, o presidente sérvio Aleksandar Vucic se recusou a impor sanções à Rússia após a invasão da Ucrânia.

Reforçar o flanco sul

Por esta razão, Albin Kurti apela à UE e à OTAN para que reforcem o seu flanco sul nos Bálcãs Ocidentais, lançando as bases para uma adesão mais rápida dos países da região.

Kurti falou no passado a favor de um roteiro de adesão a ambas as instituições, mas enfrenta oposição de alguns países.

Sérvia, Montenegro, Macedônia do Norte e Albânia estão em diferentes fases do processo de adesão à UE. Kosovo, cuja independência não é reconhecida por cinco países da UE, parece longe dessa perspectiva no momento.

"O presidente russo é imprevisível. Ele é um senhor da guerra, não um líder da paz", disse Kurti, garantindo que Vladimir Putin "usará os atores que ele controla também nos Bálcãs Ocidentais".

"Os Bálcãs Ocidentais e Kosovo em particular estão sob ameaça. Antes, o presidente russo nos mencionava uma vez por mês, agora ele faz isso várias vezes por semana", disse Kurti.

Logo após o início da invasão russa da Ucrânia, o ministro da Defesa do Kosovo apelou à aceleração do processo de adesão da república à OTAN e ao estabelecimento de uma base militar permanente dos EUA no território para "garantir a paz, a segurança e a estabilidade nos Bálcãs Ocidentais e na região".

OTAN diz que vai impedir que Moscou expanda a agressão

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, está hoje (8) em Riga, capital da Letônia, país membro da aliança militar. Stoltenberg falou sobre a invasão russa na Ucrânia e reforçou o apoio prestado pelos aliados do bloco aos ucranianos. “Somos a organização de defesa mais poderosa do mundo. Estamos mobilizando centenas de soldados adicionais e vamos defender e proteger cada polegada da Letônia e de cada território aliado”, garantiu.

Jens Stoltenberg disse ainda que a OTAN está preparada para proteger seus 30 países membros e que vai impedir que Moscou expanda a agressão. “Temos a aliança mais forte da história”, afirmou.

A OTAN vem apoiando a Ucrânia de diferentes maneiras, há anos. Desde a anexação da Crimeia, em 2014, a aliança militar treina soldados e fornece armamentos e equipamentos militares. “Fazemos tudo para ajudar os ucranianos na luta contra os invasores russos. Os aliados impuseram sanções sem precedentes e agora estamos vendo os efeitos. O rublo [moeda oficial da Rússia] está em baixa histórica, muitas empresas estão deixando a Rússia. A gente tem que acabar com esse conflito. Estamos aumentando nossa presença na Letônia e em outras partes do leste da aliança, para que a Rússia entenda que estamos protegendo cada polegada do nosso território”, disse Stoltenberg.

Estônia

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, também foi aos Países Bálticos, numa demonstração de preocupação do Ocidente com a invasão da Ucrânia. Blinken, que está em Tallinn, capital da Estônia, participou hoje de uma entrevista coletiva ao lado da primeira-ministra do país, Kaja Kallas, onde reforçou o apoio dos Estados Unidos aos ucranianos.

Blinken disse que a Estônia e os Estados Unidos vão continuar trabalhando para aumentar a assistência humanitária e de segurança na Ucrânia. “Tudo o que vi no Báltico, esse apoio ao povo ucraniano, a gente vê as cores azul e amarela nas casas nos prédios. Isso é uma mensagem poderosa de solidariedade. Essa não é a guerra do povo russo, não é uma guerra de liberação, é a guerra do [Vladimir] Putin para subjugar um país democrático. Então ele vai ser responsabilizado pelo mundo”, disse o secretário.

O secretário disse ainda que a Rússia está utilizando a dependência energética como arma de guerra e que é a hora de o Ocidente combater essa estratégia.

A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, disse que a nova situação de segurança requer mudança por parte dos europeus, incluindo a defesa da Estônia. “A OTAN tem que se adaptar rápido e as decisões têm que incluir uma estratégia de defesa da região, para fortalecer nossas defesas na terra, no mar e no ar”, disse, ressaltando que o país está aumentando o percentual do orçamento destinado à defesa de 2% para 2,44% do Produto Interno Bruto (PIB).

 

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