A importância do Pelotão Especial de Fronteira Surucucu na Terra Indígena Yanomami

Manaus (AM) – Como otimizar a entrega de suprimentos e cestas básicas a aldeias yanomamis isoladas na região do Surucucu, na Amazônia? A solução encontrada pelo Exército foi criar um aeródromo no local. A pista de pouso atende o 4º Pelotão Especial de Fronteira (4º PEF), localizado na divisa com a Venezuela. 

Nos últimos meses, os militares do Pelotão estão engajados na Operação Catrimani, missão de ajuda humanitária para prover atendimento clínico e odontológico, entregar insumos e alimentos, e levar socorro médico às aldeias indígenas localizadas na região de Surucucu, na Terra Indígena Yanomami.

Sobre o papel do 4° Pelotão Especial de Fronteira, o Chefe do Estado-Maior do Comando Operacional Conjunto Catrimani comentou: “O apoio logístico do 4ª PEF de Surucucu tem sido de suma importância, especialmente, para a distribuição das cestas de alimentos. Após o lançamento de paraquedas dos lotes de cestas básicas, esses militares atuam intensamente na coleta e armazenamento dos suprimentos, que posteriormente são distribuídos às comunidades yanomami em helicópteros das Forças Armadas. Ressalto o profissionalismo e a dedicação das tropas envolvidas nesse processo e em todas as outras atividades da Operação Catrimani”, concluiu.

Cerca de 3 mil indígenas yanomami vivem na região do Pelotão Especial de Fronteira Surucucu, distribuídos em 19 comunidades. Segundo a Coordenadora da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye’kuana, a demanda por atendimento está aumentando, com mais aldeias buscando por ajuda. 

Ao longo da Operação Catrimani, centenas de militares do Exército, Marinha e Força Aérea já foram mobilizados no Pelotão. O Comandante do 4° PEF descreveu a situação: “A todo momento, temos contato com os indígenas. Eles nos procuram para receber a ajuda humanitária que proporcionamos na região”, 

Ponto de abastecimento de aeronaves
O 4ª PEF também provê os meios para o abastecimento das aeronaves empregadas na ajuda humanitária. Na lateral da pista de pouso e decolagem, estão posicionados dois tanques flexíveis de combustível, com capacidade de 10.000 litros, e motobombas para viabilizar o abastecimento de plotter – processo que transfere o combustível do reservatório externo para a aeronave. Essa função logística é fundamental para manter as aeronaves operando em território isolado na floresta. 

São empregadas na Operação Catrimani as aeronaves C-105 Amazonas, C-98 Caravan, H-36 Caracal e H-60L Black Hawk, da Força Aérea Brasileira; o UH-15 Super Cougar da Marinha do Brasil; além do HM-4 Jaguar e HM-1 Pantera, do Exército Brasileiro.

A Operação Catrimani
Desde o dia 17 de janeiro de 2024, militares da Marinha, do Exército e da Força Aérea Brasileira atuam na Terra Indígena Yanomami com o objetivo de levar cestas de alimentos e promover ações humanitárias, como evacuações aeromédicas. Até o momento, a força-tarefa já soma mais de 1.500 horas de voo.

Combate ao garimpo ilegal
O Comando Conjunto Catrimani também provê apoio operacional e logístico à Polícia Federal, Força Nacional e demais agências, como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI). No início do mês de março, as aeronaves H-60 Black Hawk e HM-1 Pantera foram empregadas para levar a Boa Vista (RR) militares dos órgãos de segurança que efetuaram 22 prisões de suspeitos de garimpo ilegal às margens do rio Uraricoera. A neutralização do garimpo ilegal foi coordenada pela Polícia Federal e resultou, além das prisões, na apreensão de armamento, embarcações, mantimentos e combustível.

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