EUA declara Cuba ‘Estado patrocinador do terrorismo’

Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (11), faltando nove dias para a saída do poder do presidente Donald Trump, que incluiu novamente Cuba na lista de "Estados patrocinadores do terrorismo", da qual tinha sido retirada por Barack Obama em 2015.

"Com esta medida, voltaremos a responsabilizar o governo de Cuba e enviaremos uma mensagem clara: o regime de Castro deve pôr fim ao seu apoio ao terrorismo internacional e à subversão da justiça americana", disse o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, fazendo referência ao falecido Fidel Castro e seu irmão Raúl, líderes da Revolução de 1959.

"Durante décadas, o governo cubano alimentou, abrigou e forneceu assistência médica a assassinos, fabricantes de bombas e sequestradores, enquanto muitos cubanos estão morrendo de fome, desabrigados e sem remédios básicos", acrescentou em um comunicado.

Pompeo destacou a "interferência maligna" de Cuba na Venezuela e em outros países da América Latina.

Ele também destacou o "apoio" de Havana aos guerrilheiros colombianos do Exército de Libertação Nacional (ELN), que os EUA consideram uma organização terrorista estrangeira, bem como aos dissidentes da extinta guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Além disso, acusou Cuba de hospedar vários fugitivos americanos da justiça desde os anos 1970, como Joanne Chesimard, Ishmael LaBeet e Charles Lee Hill, entre outros.

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, reagiu, qualificando a medida como oportunista e hipócrita. "O oportunismo político desta ação é reconhecido por todo aquele que tiver uma preocupação honesta diante do flagelo do terrorismo e suas vítimas", afirmou Rodríguez no Twitter.

Esta designação representa um forte impacto econômico para a ilha comunista, pois restringe o comércio e a ajuda externa dos EUA e expõe os investidores estrangeiros a processos por parte dos EUA.

O futuro governo de Joe Biden, que tomará posse em 20 de janeiro, poderia retirar Cuba da lista, mas antes Antony Blinken, indicado para suceder Pompeo, teria que fazer uma revisão formal, o que significa que a medida pode permanecer em vigor por meses.

Em 2015, como parte de sua política de reaproximação com Cuba, Obama retirou o país caribenho da lista de Estados patrocinadores do terrorismo, alegando que os esforços de meio século dos Estados Unidos para isolar a ilha foram um fracasso.

Trump, porém, reverteu a reaproximação de Washington com Havana assim que assumiu o cargo em 2017, endurecendo o embargo em vigor desde 1962 e impondo uma série de sanções a sua aliada Venezuela, o que lhe rendeu o apoio eleitoral do crucial estado da Flórida.

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