FAB estuda requisitos para uso de aeronaves remotamente pilotadas pelos Bombeiros do RJ

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) realizou uma reunião com o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) e órgãos de controle de tráfego aéreo na última sexta-feira (04/03). O objetivo foi definir os requisitos para uma Carta de Acordo Operacional sobre a utilização de aeronaves remotamente pilotadas (RPA, do inglês remotely piloted aircraft) pela corporação.

“O DECEA tem por missão prover a segurança da navegação aérea e nesse sentido procuramos propiciar ao CBMERJ condições seguras para a operação com a RPA em prol da vida humana, de forma coordenada e cuja finalidade é salvaguardar a navegação aérea, as pessoas e os patrimônios em solo, além de auxiliar o Corpo de Bombeiros no cumprimento de sua honrada missão”, relatou o Capitão Aviador Leonardo Haberfeld, Membro Coordenador do Comitê de Implantação RPAS do DECEA.

Em virtude do CBMERJ ser um órgão público e atuar em missões com características de busca e salvamento, é possível flexibilizar as operações por intermédio da Carta de Acordo Operacional prevista na Instrução do Comando da Aeronáutica (ICA) 100-13 – Regras de Tráfego Aéreo para Circulação Operacional Militar.

A carta possibilitará que o Corpo de Bombeiros utilize as RPA em missões em que haja urgência ou emergência na salvaguarda da vida humana ou na incolumidade do patrimônio público ou privado. A utilização é possível sem a Carta de Acordo Operacional, porém, o documento agilizará a operação, que será previamente autorizada e deverá seguir critérios estabelecidos entre o CBMERJ e os órgãos de serviços de tráfego aéreo (ATS, do inglês Air Traffic Services).

“É um projeto piloto dentro da corporação. Nós identificamos a necessidade de aprimorar nossos meios de apoio e que a RPA pode ser utilizada em diversas operações do Corpo de Bombeiros. Procuramos o órgão responsável para fazer análise dos riscos e sermos os precursores para que outros órgãos possam salvar vidas e não causar problemas a mais. Queremos mostrar para a população que, utilizado de forma correta, esse equipamento é bem valioso e seguro para apoiar ações do Corpo de Bombeiro”, observou o Tenente-Coronel Bombeiro Militar Rodrigo André de Oliveira Bastos, coordenador da implantação da RPA no CBMERJ.

A previsão é que a Carta de Acordo Operacional entre em vigor no mês de abril.

Encontro reúne pilotos e controladores de tráfego aéreo no Paraná

A influência dos fatores do serviço de tráfego aéreo na mitigação do acidente aeronáutico é o tema de encontro entre pilotos e controladores da região de Curitiba (PR). A palestra será realizada no Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II) nesta quinta-feira (10/03) em dois horários, às 10h e às 14h.

O objetivo é evidenciar, por meio de estudo e análise de casos reais, ações voltadas para a melhoria da coordenação entre pilotos e controladores, na tentativa de eliminar ou minimizar o impacto nas consequências de um acidente aéreo. O Chefe do Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA V), Tenente-Coronel Luís Renato Horta de Castro, vai abordar casos reais analisados oriundos das investigações de acidentes, cujos ensinamentos podem ajudar o piloto e o controlador a mudar o desfecho da ocorrência. O evento integra o programa de trabalho com objetivo de disseminar aspectos da prevenção para elevar a segurança na atividade aérea.

De acordo com o Chefe do SERIPA V, diversas situações acontecem durante o gerenciamento do tráfego aéreo, em especial, quando há uma aeronave em situação de emergência. O controlador de tráfego aéreo é o único “elo de ligação” capaz de ajudar o piloto na operação da aeronave de maneira assertiva e segura. Pelos auxílios à navegação aérea, ele pode sugerir orientações que são decisivas para aquele momento. “Não é necessário esperar que a situação aconteça para depois agir. Basta que o controlador tenha iniciativa, experiência e informação para intervir na hora certa”, avalia o Tenente-Coronel Renato. A eficácia da ação do controlador está relacionada ao conhecimento e atualização das normas, bem como a capacidade de administrar o problema.

Quando o piloto notifica ao controle aéreo uma situação crítica, cada segundo passa a ser decisivo na vida desse profissional. Diante da tela do radar, o controlador, que acompanha a trajetória da aeronave, possui informações úteis, como o comprimento de pista, aeródromos alternativos, procedimentos para pouso, vento e pressão atmosférica em localidades próximas, além de outros ajustes que podem ajudar no julgamento e na decisão do piloto.

Boas práticas – Em relação às boas práticas, o palestrante lembra que, antes de tudo, a comunicação deve ser bem entendida pelo piloto. Na situação tensa, é aconselhável reduzir a velocidade das instruções e, quando possível, solicitar a moderação no uso da frequência por outros pilotos, direcionando total atenção à emergência. “Na língua inglesa ou no português, o mais importante é a clareza na comunicação”, destaca o oficial. "Para que aconteçam melhorias são necessárias experiências e ações compartilhadas. Controladores e pilotos devem ser estimulados a conhecer, reciprocamente, seus locais de trabalho, identificando as rotinas, os protocolos e as limitações técnicas e funcionais de cada atividade. Tais ações terão influência direta no planejamento das atividades, com impacto na segurança de voo", finaliza.

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