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EB – Boeing oferece helicópteros pesados


Boeing oferece helicópteros pesados ao Exército brasileiro

 
 

Roberto Lopes
Jornalista especializado em assuntos militares.
Em 2000 graduou-se em Gestão e Planejamento de Defesa
no Colégio de Estudos de Defesa Hemisférica
da Universidade de Defesa Nacional dos Estados Unidos, em Washington.
Autor de vários livros, em 2001 lançou, em Washington, a monografia
“Oportunidades para Civis na Condução dos Assuntos
da Defesa Nacional: o Caso do Brasil”.

 
 
 
A companhia americana Boeing ofereceu um lote de seis helicópteros usados Chinook CH-47D ao Exército Brasileiro. As aeronaves pertencem aos estoques do Exército Americano (US Army), e poderiam chegar ao país num prazo de, aproximadamente, um ano e meio depois da assinatura do contrato de transferência.

Segundo o fabricante, todos os aparelhos possuem uma vida útil de, pelo menos, 200 horas de vôo, antes de precisarem ser groundeados – deixados no chão (retirados do serviço) – para serem submetidos a uma revisão geral.

O custo da aquisição dos Chinooks dependeria do tipo de modernização que eles receberiam antes da entrega ao Brasil, mas o preço das seis unidades ficaria, no mínimo, no patamar dos US$ 70 milhões a US$ 90 milhões. No mercado civil, um Chinook com aviônica semelhante à do modelo D, militar, pode ser adquirido por US$ 8,5 milhões.

Apesar do importante desenvolvimento da Aviação do Exército nos últimos 20 anos, a Força Terrestre não possui nenhuma aeronave com a robustez e a capacidade de carga do aparelho da Boeing.

O modelo EC-725 Caracal, de desenho francês, que o Exército está recebendo, transporta 29 combatentes, enquanto o porão do Chinook acolhe até 50 militares completamente equipados. Em compensação, o Caracal desenvolve uma velocidade máxima operacional de 285 km/h, enquanto o aparelho da Boeing suporta um deslocamento contínuo na faixa dos 240 km/h.

O Chinook mede 30 metros de comprimento e pesa, carregado, 12 toneladas. Ele poderia representar um bom instrumento de mobilidade para as unidades do Comando Militar do Sul, que empregam material pesado, garantidor do seu poder de choque. O Exército brasileiro não possui nenhum batalhão aéreo ao sul do município paulista de Taubaté (sede do Comando de Aviação do Exército).

Durante um exercício, um Chinook do Exército americano transportou uma peça de artilharia de 155 mm, pendurada em gancho externo,cortando os céus a 260 km/h.

A aeronave de transporte e emprego geral mais sofisticada à disposição da Força Terrestre é o UH-60 Blackhawk, que atinge velocidades operacionais de até 295 km/h, mas levando apenas 14 combatentes, ou seis macas acopladas a aparelhos de emergência (para transfusão de sangue, monitoramento de batimentos cardíacos e ressucitamento), caso esteja configurado para evacuação aeromédica.

A Boeing selecionou 80 Chinooks CH-47 modelo D para oferecer aos exércitos de países amigos. Vinte e quatro deles foram reservados à América do Sul.
Nessa parte do mundo a oferta foi feita apenas aos ministérios da Defesa do Brasil, do Chile e da Colômbia. Entre os três, o da Colômbia é o que faz um uso mais extensivo de helicópteros no Exército. Chama atenção o fato de a companhia americana não ter feito a mesma proposta ao Exército argentino, que já usou o robusto Chinook no passado.

O estado de depauperação das Forças Armadas argentinas pode ser observado também no segmento de asas rotativas. As únicas aeronaves militares desse tipo mais modernas são dois Mi-17 de origem russa, confiadas à Força Aérea.

O Exército Argentino – que possui corpo aéreo há mais tempo que o Brasil (inclusive voando aparelhos de asa fixa) – não incorpora modelos novos há quase 20 anos; a Marinha se prepara para fazer a modernização dos seus S-61 Sea King – aeronave que a Força Aeronaval do Brasil se prepara para aposentar em definitivo a partir de 2015.

Nota DefesaNet – Tem ocorrido em tempo recente propostas americanas de fornecimento de helicópteros para as Forças Armadas Brasileiras. A empresa Sikorsky apresentou uma proposta para fornecimento, associada à EMBRAER, de helicópteros Blackhawk ao Exécito Brasileiro.

Proposta rejeitada, porém que teve muitos apoiadores.É interessante que o EB em especial e a própria FAB mostrem-se partidários de outros equipamentos enquanto nem incorporaram e avaliaram em todo o seu espectro operacional o HX-BR (EC725).

Dois pontos históricos – O Chinook CH-47 junto com o russo Mi-26 foram avaliados dentro do Programa SIVAM, para transporte de radares móveis na área do TOA.

Na Guerra das Malvinas / Falklands devido ao terreno fofo e a falta total de transporte oumsolitário Chinook realizou marcas relevantes:
a – Em 27/28 Maio um Chinook transportou de uma única vez 3 105 mm Light Guns e mais 300 kg de munição.
b – Dois movimento de alto risco que aceleraram o assalto a Port Stanley foi dois deslocamentos de 78 infantes em cada viagem do Chinook.Fato que exasperou o Gen Moore pelo risco assumido, mas que aceleraram o fim da campanha com a rendição das Forças Argentinas lideradas pelo General Mario Benjamín Menéndez.

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