Dia da Arma de Infantaria

Tão antiga quanto a própria história dos conflitos armados, desde os primeiros relatos bíblicos, a Arma do fogo e movimento é a tropa preponderante nos combates. No Brasil, está presente desde a gênese do Exército Brasileiro na Batalha dos Guararapes, berço do sentimento de defesa da Nação, onde brancos, negros e índios lutaram com inteligência, consonância e destemor. No dia 24 de maio, data natalícia de seu patrono, o Brigadeiro Antônio de Sampaio, é celebrado o dia da Rainha das Armas. Hoje, rememoramos e celebramos os grandes feitos da Arma de Infantaria.

Voltemos no tempo para rememorar o Patrono da Infantaria Brasileira. O Brigadeiro Antônio de Sampaio cresceu no ambiente humilde e árduo dos sertões na cidade de Tamboril, no estado do Ceará. Cedo mostrou possuir pendor para a Carreira das Armas. Aos 20 anos de idade, alistou-se voluntariamente, como praça, no então 22º Batalhão de Caçadores, em Fortaleza, e galgou, por mérito, todos os postos da carreira, graças a incontáveis demonstrações de coragem, tenacidade e perspicácia. Teve participação de destaque na manutenção da unidade nacional em conflitos internos como: Cabanagem (PA), Balaiada (MA), Guerra dos Farrapos (RS) e Revolução Praieira (PE). Ademais, atuou com maestria na garantia da soberania do nosso país em momentos de beligerância, como na Campanha contra Oribe e Rosas (Uruguai); na Batalha de Monte Caseros (Argentina); e na Tomada do Paissandu (Uruguai).

Porém, foi na Guerra da Tríplice Aliança que o Brigadeiro Antônio de Sampaio deu as maiores mostras de seu valor, comandando a 3ª Divisão do Exército Imperial, que possuía, em suas brigadas, os ancestrais Batalhões Treme-Terra, ArrancaToco e Vanguardeiro. Naquela ocasião, durante a Batalha de Tuiuti, o maior e mais sangrento confronto da campanha, no dia de seu aniversário, foi gravemente ferido por estilhaços de granada, cujos ferimentos o levaram à morte, a bordo do vapor Epônima, quando estava sendo evacuado para Buenos Aires, local onde foi sepultado.

O legado do Brigadeiro Antônio de Sampaio acompanhou a trajetória da Arma de Infantaria. No século XX, a Arma dos fogos aproximados foi inabalavelmente consagrada na atuação da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, na campanha da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. O denodo de nossos soldados imprimiu um capítulo de glória na história da humanidade.

Na transição para o século XXI, esses mesmos ideais inspiraram e conduziram a Infantaria brasileira novamente ao cenário internacional. Dessa vez, outros nobres infantes atuaram com a finalidade de manutenção da paz e da estabilidade na Crise de Suez e em países como Angola, Timor-Leste, Haiti e Líbano.

Arma flexível, adaptável, modular, elástica e sustentável, a Infantaria brasileira possui as organizações militares subdividas em Motorizada, Paraquedista, Leve, Blindada, Mecanizada, de Selva, de Caatinga, de Pantanal, de Montanha, de Polícia do Exército e de Guarda. Dessa forma, é apta a atuar nos mais diversos ambientes operacionais, razão pela qual recebe a referência de rainha no tabuleiro da guerra, com capacidade de causar efeitos em todas as direções e espaços do teatro de operações.

No escopo legal de atuação constitucional, a Infantaria tem sido protagonista nas diversas atividades de segurança e Garantia da Lei e da Ordem e atividades subsidiárias que compõem a mão amiga do Exército, alicerçada na capacidade dos soldados das granadas e dos fuzis em defender nossa Pátria e garantir os poderes constitucionais.

Da simplicidade de seu patrono, os infantes herdaram a nobreza de reconhecer a importância das demais Armas e dos apoios do Exército. Sobre os infantes recai a tarefa de serem os primeiros a transpor a linha de partida e encarar o desconhecido. Fazem isto com a certeza de que, ladeados pelos cavalarianos e apoiados pelos artilheiros, engenheiros, comunicantes e logísticos, contribuem para o cumprimento da missão.

Soldados da gloriosa Arma de Infantaria de todo o território nacional, tenham em mente que, mesmo diante avanços tecnológicos que compõem o campo de batalha, o infante _ aliado ao seu fuzil, inspirado pelos feitos de Sampaio, alicerçado pelos mais elevados valores militares e irmanado por um perene espírito de corpo _ permanece como peça fundamental dos combates. Espelhem-se nos exemplos dos grandes líderes que os antecederam e marchem avante, coesos sob os mesmos ideais de nobreza e patriotismo que nortearam nosso patrono e conduziram-no a memoráveis vitórias e à eterna glória.

SALVE O BRIGADEIRO SAMPAIO! SALVE A INFANTARIA DO EXÉRCITO BRASILEIRO!

Brasília-DF, 24 de maio de 2024.

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