1º RCC comemora o dia da Cavalaria

Ricardo Fan


No dia 10 de maio de 2012, ocorreu no 1º Regimento de Carros de Combate, com sede Santa Maria – RS, uma solenidade  comemorativa ao dia da Cavalaria. O evento contou com as presenças do General-de-Divisão Sergio Westphalen Etchegoyen, comandante da 3ª Divisão de Exército, Tenente-Coronel Aviador David Almeida Alcoforado Comandante da Base Aérea de Santa Maria e comandantes de Organizações Militares desta Guarnição, autoridades civis e militares, convidados e familiares. Durante a cerimônia foi entregue a Medalha Marechal Osório – O Legendário.

A Festa Nacional da Cavalaria está programada para sábado, dia 12 de maio, no Parque Histórico Marechal Manuel Luís Osório, localizado no quilometro 101 da RS 030 na cidade de Tramandaí – RS

A Cavalaria brasileira tem sua origem ligada à organização do Regimento de Dragões Auxiliares, em Pernambuco, ao término da guerra contra os holandeses, remunerada por homens abastados, como João Fernandes Vieira.

Mais tarde, na época do governo do Marquês de Pombal, criou-se, no Rio de Janeiro, o Regimento de Dragões, que visava a garantir a autoridade e o cumprimento das leis, ficando ainda em condições de acorrer, em tempo de guerra, onde necessário fosse.

No sul, durante as lutas em torno da Colônia do Sacramento, Silva Pais organizou o Regimento de Dragões do Rio Grande para guarnecer as fronteiras, em face do fracassado Tratado de Limites de 1750 (Madri). Durante o II Reinado, teve a Cavalaria ativa participação nos conflitos sulinos. Em 1851/52, o 2º Regimento de Cavalaria, com Osorio à frente, integrou as tropas que invadiram o Uruguai, culminando com sua participação na Batalha de Monte Caseros, na qual foi derrotado Juán Manuel Rosas. Na Guerra da Tríplice Aliança, empenhou o Brasil seis divisões de Cavalaria (DC), distinguindo-se, à frente delas, a figura lendária do marechal Osorio, o futuro Marquês do Herval.

Após as reformas de 1908/15 e a influência da Missão Francesa (1921), nossa Cavalaria foi alvo de profundas modificações, que se intensificaram a partir da década de 1960, com o Acordo Militar Brasil-Estados Unidos. Esse acordo possibilitou à Cavalaria brasileira dotar seus regimentos com os mais modernos materiais blindados da América do Sul da época.

“Não obstante a crescente complexidade do campo de batalha moderno, onde o império da alta tecnologia dinamiza a integração dos sistemas operacionais do campo de batalha, as Forças Blindadas ainda permanecem um fator decisivo no combate, graças às suas características cada vez mais aperfeiçoadas de mobilidade, potência de fogo, proteção blindada e comunicações amplas e flexíveis. Modernização, desenvolvimento de uma doutrina de emprego eficaz e adestramento duro e realístico dessas forças constituem motivo de constante preocupação e elevada prioridade para todos os exércitos do mundo”.

Marechal Osório – O Legendário

Manuel Luís Osório, Militar e político gaúcho, , mais conhecido historicamente como General Osório, nasceu em 10 de maio de 1808, na cidade de Santo Antônio do Arroio atualmente Osório, Rio Grande do Sul. Faleceu em 4 de outubro de 1879, no Rio de Janeiro.

Era filho do peão Manuel Luís,  catarinense descendente de açorianos, e de Ana Joaquina Luísa Osório, filha de proprietários de terras. Aos quatorze anos de idade, General Osório ingressou na carreira militar, entre os anos de 1822 e 1823, época da Guerra da Independência.

Na ocasião, ajudou a combater as tropas do exército português fixadas na Província da Cisplatina. Também lutou na Guerra da Cisplatina, promovido a tenente na Batalha do Passo do Rosário.

Na Guerra do Farrapos, iniciou luta ao lado dos rebelados, depois da declaração da República Rio-grandense, mudou de ideia e passou a lutar junto com as tropas imperiais do Brasil. Na 2ª Legislatura da Assembleia Legislativa Provincial do Rio Grande do Sul, elegeu-se deputado provincial.

Entre os anos de 1851 e 1852, lutou na Guerra contra Oribe e Rosas, conhecida como batalha de Monte Caseros. Em 1856, tornou-se general e, em 1865, marechal de campo, ao ter organizado, no Rio Grande do Sul, o exército brasileiro para a Guerra do Paraguai.

A Guerra do Paraguai ocorreu entre os anos de 1865 a 1870, General Osório comandou as nossas tropas que invadiriam o sul do Paraguai em 16 de abril de 1866. Foi responsável pela estratégia que , como conseqüência, permitiu que as tropas brasileiras vencessem a Batalha de Tuiuti. Recebeu o título de Barão e, posteriormente, de marquês do Erval.

Em julho de 1866, manteve-se no Rio Grande do Sul, onde formou novas tropas. Em 1868, retornou à batalha para conquistar a fortaleza de Huimaitá, durante a batalha do Avaí.

Findada a Guerra, sete anos depois, foi convidado pelo próprio imperador do Brasil, a ocupar uma cadeira no senado, sendo promovido marechal de exército. No ano de 1878, foi nomeado ministro de guerra, permanecendo no cargo até a sua morte.

Em sua juventude era defensor dos ideais republicanos, mas durante suas investidas militares tornou-se partidário ao monarquismo. Recebeu importantes títulos no decorrer de sua vida, entre eles o de barão de Erval (1866), Visconde do Erval(1868) e marquês do Erval (1869).

Sua esposa era Francisca Fagundes, foi pai de quatro filhos : Fernando Luís Osório, Adolfo Luís Osório , Manuela Luísa Osório e Francisco Luís Osório. Numa ocasião na corte, ao despachar junto a outros ministros, percebeu que D. Pedro II cochilava sem prestar atenção aos discursos dos ministros, numa estado de fúria, General Osório deixou suas armas cairem no chão, despertando o imperador que disse: “Acredito que o senhor não deixava cair suas armas quando estava no Paraguai, marechal”. General Osório retrucou: “Não, majestade”, respondeu Osório, “mesmo porque lá nós não cochilávamos em serviço…”

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