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Coreia do Norte testa motor de foguete em novo passo para míssil intercontinental

A Coreia do Norte anunciou nesta terça-feira que testou com sucesso um potente motor de foguete, o que representa mais um passo em seus esforços para produzir mísseis balísticos intercontinentais.

O regime mais fechado do mundo realizou, desde o início do ano, dois testes nucleares e quase 20 lançamentos de mísseis, vários deles a partir de um submarino. O teste com o motor demonstraria que Pyongyang avança em seu objetivo de ter condições de ameaçar os Estados Unidos com armas nucleares.

A agência de notícias estatal KCNA afirmou que o motor, testado em solo, dará ao país foguetes "com capacidade de carga suficiente para lançar vários tipos de satélite, incluindo os de observação terrestre".

Para os analistas, o programa espacial norte-coreano esconde um programa balístico.

Depois de supervisionar o teste na base de lançamento de satélites Sohae (oeste), o líder norte-coreano Kim Jong-Un determinou aos cientistas e técnicos do país que "concluam o mais rápido possível a preparação do lançamento do satélite", segundo a KCNA.

Kim Jong-Un também pediu mais lançamentos de foguetes para que "o país possa dispor de satélites geoestacionários em alguns anos", completou a agência.
 

Os satélites geoestacionários estão em órbita sobre o Equador a quase 36.000 km de altura, indicou uma fonte do ministério sul-coreano para a Unificação, citado pela agência Yonhap.

"A distância até a costa leste dos Estados Unidos é de 12.000 km. O Norte está assim revelando suas possíveis capacidades para alcançara a costa leste", advertiu.

O Rodong Sinmun, principal jornal do Norte, publica em sua primeira página a foto de Kim Jong-Un sorridente. Também exibe uma imagem do dirigente supervisionando o teste em um posto de controle.

A Coreia do Norte realizou vários testes de mísseis de longo alcance, apresentados como testes com lançadores de satélites.

Com o novo motor, a Coreia do Norte "se aproxima do objetivo de equipar-se com mísseis balísticos intercontinentais que poderiam atingir o território americano", afirma Chae Yeon-Seok, especialista sul-coreano em foguetes, que trabalha no Instituto de Pesquisa Aeroespacial da Coreia.

"O programa espacial norte-coreano se concentra no desenvolvimento de veículos de lançamento que podem ser utilizados com facilidade para os mísseis, mais do que em desenvolver satélites dignos deste nome", disse.

Pyongyang afirma ter detonado em 9 de setembro uma ogiva nuclear com capacidade para ser instalada em um míssil, em seu quinto teste nuclear. Esta foi outra etapa importante em seu avanço para o míssil intercontinental.

Yang Moo-Jin, professor na Universidade para os Estudos Norte-Coreanos, com sede em Seul, recordou que Pyongyang havia estabelecido um plano de desenvolvimento espacial de cinco anos, que termina este ano.
 

"Este novo teste anuncia um futuro teste de míssil ICBM" (míssil balístico intercontinental, na sigla em inglês), disse.

"O próximo teste, que será apresentado como um lançamento de satélite, deve acontecer quando o Conselho de Segurança da ONU adotar novas sanções relacionadas ao último teste nuclear, ou talvez durante a eleição presidencial americana em novembro", concluiu o analista.

 

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