Comentário Gelio Fregapani – Mudanças na Petrobras. – O que esperar?

COMENTÁRIO GEOPOLÍTICO

Em 23 de fevereiro de 2021

Mudanças na Petrobras – O que esperar 

Dentre todas as modificações administrativas que o Presidente conseguiu implantar, esta, se bem sucedida será a que terá os efeitos benéficos mais marcantes, pois o nosso desenvolvimento  da indústria depende ainda mais das encomendas da Petrobras do que da própria indústria automobilística, pois esta última trabalha segundo as plantas recebidas do exterior e pouco pode inovar enquanto a Petrobras tem que conseguir novos equipamentos a cada desafio encontrado e das encomendas às empresas  no País, depende não só a economia, mas principalmente o desenvolvimento autônomo.

Economicamente o sistema estabelecido ainda nos governos FHC/PT era simplesmente desastroso; não nos referimos apenas à entrega da refinaria à Bolívia ou a desastrosa compra de Pasadena nem mesmo ao escandaloso cabide de empregos, mas principalmente a deliberada destruição da estatal com a venda das refinarias e ao abandono de setores lucrativos e estratégicos sob pretexto de “necessária” privatização.

Isto tudo era conhecido, mas só agora veio a luz o conluio entre o mais voraz capital/universalista com o comunismo internacional, para sugar, seja em proveito próprio ou de ideais, o sangue das veias abertas da principal empresa nacional.

A estratégia para abrir as veias deve ter sido imaginada pelo maquiavélico José Dirceu: e foi assim:

1- Com a venda de refinarias foi necessário importar gasolina e diesel e em consequência sobrou óleo cru que era exportado por um baixo preço. O mesmo óleo era importado pelas novas donas das refinarias privatizadas, casualmente petroleiras internacionais, por preço maior para uso nas refinarias próprias, garantindo lucros fabulosos deixando feliz o capital internacional.

2- Mantendo internamente o preço de venda internacional o Zé Dirceu conseguiu o que queria; financiar os governos estaduais, especialmente o de São Paulo com o ICMS sobre o alto preço, o interacional.

Agora, com a mudança da chefia, podemos esperar que acabe não só as propinas como também as importações do nosso próprio petróleo. Uma simples decisão pode determinar prioridade de refino de petróleo nacional.

É claro que haverá reações.  Os rentistas não gostarão das perdas e venderão ações, mas esse é o jogo deles e os comunistas entrarão na grita dizendo que o Bolsonaro não sabe administrar e afasta as empresas, mas para nós, os nacionalistas, a mudança afigura o ressurgimento da indústria autenticamente nacional.

O STF, a Pátria e a Democracia

É consenso entre nós que, mesmo com todos os defeitos, a Democracia é melhor do que todos os outros regimes. Isto deve ser verdade, pois todas as nações se intitulam democracias, desde os que Aristóteles classificaria de monarquias ou aristocracias até os que hoje se prefere classificar como ditaduras, mas simplificando, democracia significa governo da maioria e ditadura o governo de alguma outra facção, imposto pela força ou por alguma artimanha.

Dentro dessas nomenclaturas, obviamente estamos em uma ditadura (do STF) pois a população não o deseja nem está de acordo com suas decisões. É grande o divórcio entre os 11 magnatas do STF, eles não apenas julgam mal, mas se metem a legislar e a impor decisões fora de sua alçada mesmo que contrarie o desejo de toda a população.

Aristóteles certamente não chamaria o governo desses onze homens de preto de uma oligarquia, pois nem para aristocracia eles servem. Todos sabemos que as oligarquias só se sustentam com apoio militar e esta não tem, o que indica que não demorará a cair. O que surpreende é a duração de sua sobrevivência, detestada tanto pela população como pelo estamento militar. Na verdade, essa corte oligarca só tem se sobrevivido pelo respeito dos militares às formalidades burocráticas.

Neste quadro não se pode saber exatamente o que acontecerá. Pode ser que a Suprema Corte resolva fazer seu papel e tudo ficará normal. Mais provavelmente continuará com seus desmandos até se tornar insuportável e provocar reações, violentas ou não.

Quem viver, verá.

Que Deus nos inspire a melhor solução

Gelio Fregapani

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