Adestramento de Forças Especiais treina militares para deslocamento tático e tiro ao alvo

Mariana Alvarenga

As Forças Especiais (FE) são designadas como tropas de elite das Forças Armadas pelo alto grau de preparo e sigilo em suas atuações. São preparadas para proteger o país em conflitos de grande hostilidade.

Um desses preparos é o Adestramento Conjunto de Salto Livre Operacional para Forças Especiais, onde os militares treinam deslocamento tático terrestre, seguido de tiro ao alvo.

Essa é a última etapa do Adestramento, que já trabalhou salto livre em solo, por meio de simuladores, e salto real em queda livre, em alta altitude. O deslocamento tático terrestre começa após a descida dos paraquedas, quando os militares vão executar a próxima etapa da chamada infiltração: ingresso no terreno inimigo sem ser percebido.

Nesse trajeto, cada componente da equipe é responsável por uma função, como guiar os companheiros no terreno usando cartas e bússola, ou fazer a segurança do grupo.

Ao cumprir esse deslocamento, os militares partem para o reconhecimento aproximado do alvo, na estrutura montada no estande de tiros. Nesse momento, praticam a simulação de ataque propriamente dito. Todo esse trabalho é praticado com vistas a prepará-los para os mais tensos conflitos armados.

O Coordenador Tático Terrestre, Capitão G.F., enfatiza que alguns atributos são imprescindíveis para o militar das Forças Especiais. “Primeiro, coragem, porque saltar de uma aeronave não é algo comum. Meticulosidade no planejamento, forte espírito de corpo e confiança entre os homens”, enumera.

Ele lembra, ainda, que a divisão de tarefas tem que ser muito bem feita, de maneira que cada um tem que saber seu papel para não sobrecarregar o outro.

O treinamento observa procedimentos de segurança e, em caso de adversidades, uma ambulância com profissionais de saúde das Forças Armadas encontra-se à disposição dos militares em treinamento.

O Comandante do Comando de Operações Especiais, General Gustavo Henrique Dutra de Menezes, enfatiza que essa preparação requer que o homem esteja em constante atividade e em boas condições físicas e psicológicas.

“A nossa principal missão é a defesa da pátria, nós temos que estar nos adestrando a todo momento em cima das possibilidades de emprego para que estejamos em condições de responder a altura o chamamento de nossa nação”, afirma.

A interoperabilidade da Marinha, Exército e Aeronáutica é característica fundamental, pois em situação real, estarão preparados para atuar juntos. É o que ressalta o Subchefe de Operações, General José Eduardo Leal. “Aquilo que se treina em tempo de paz é o que vai ser executado num conflito real.

Além disso, acrescenta-se que o adestramento realizado nesse formato contribuiu, sobremaneira, para desenvolver a mentalidade conjunta dos participantes”, afirma.

O Chefe da Seção de Planejamento, Tenente Coronel B.M., diz que as Operações Especiais diferem de outras operações pela sensibilidade política, pelas técnicas, táticas, procedimentos utilizados e formas de emprego.

"Sua importância na defesa se caracteriza pela atual característica do ambiente de combate, onde o terreno humano e o achatamento entre os níveis tático e político tornaram-se essenciais na análise dos comandantes", pontua.

A Simbologia da Faca na Caveira

A faca na caveira é um dos símbolos das Forças Especiais. Esse emblema tem origem nos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial, quando um militar cravou um punhal em uma caveira sobre a mesa de um dos abrigos nazistas e bradou “vitória sobre a morte”.

Componente de uma equipe de Operações Especiais conhecida como “Comandos”, ele combatia as tropas alemãs. Esse gesto expressava que os Comandos representavam a vida e venciam a morte.

A partir daí, a faca encravada em uma caveira passou a ser o símbolo das equipes de operações especiais em todo o mundo.

Fotos SO Manfrim

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