A infiltração de grupos anarquistas nas manifestações populares no Brasil

André Luís Woloszyn
Analista de Inteligência Estratégica

Grande parte das manifestações e protestos que tomam conta das principais capitais brasileiras é de natureza pacífica, uma expressão popular por mudanças sociais há muito prometidas por sucessivos governos e, atualmente, mais do que necessárias. O maior problema destas ações é o decorrente da infiltração de grupos anarquistas que, envoltos pela massa de milhares de pessoas, vêm aproveitando-se da situação para realizarem atos de vandalismos, saques, furtos e depredações, distorcendo o objetivo maior do movimento.

Há constantes confrontos com forças de segurança e atuações violentas com enormes danos e prejuízos ao patrimônio público e privado, atos imprevisíveis e difíceis de serem repelidos a tempo pela força policial, pois ocorrem em diversos locais, simultaneamente. São, grosso modo, ações típicas de uma situação de rebelião, tecnicamente a primeira fase de uma guerra civil. A continuidade das ações de violência pode evoluir para uma segunda etapa, a da insurgência, mais difícil de ser controlada e daí para a beligerância, algo bem mais distante de ocorrer na atual conjuntura.

Há indícios de que tenha se iniciado com a participação de estudantes de centros universitários simpatizantes da extrema esquerda, especialistas em incitar as massas, com o objetivo de derrubar o governo da presidenta Dilma Rousseff. Porém, falharam ao perderem a coordenação e o controle sobre as ações da população que externou um sentimento latente de revolta contra a atual situação social do país e rechaçou a presença de movimentos e agremiações políticas.
 

É difícil prever o que acontecerá com o movimento e análises neste sentido ainda são prematuras. Os objetivos dos protestos são difusos e não há um direcionamento para a solução das questões principais. O fato é que episódios de anarquia e violência vêm aumentando a cada dia, já contabilizando dezenas de feridos e algumas mortes. Até o momento, as autoridades assistem as ações reagindo de forma moderada, não descartando a utilização das Forças Armadas, como última estratégia para pôr fim aos atos de vandalismo.

Mas, é inegável que demonstram um claro poder de mobilização, incluindo comunidades de brasileiros em diversos países, chamando a atenção da imprensa internacional que qualificou as manifestações como algo semelhante aos movimentos populares de 2010, conhecidos como a primavera árabe no Oriente Médio, e aqueles que acarretaram a queda do muro de Berlim, em 1989.

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