Defesa apresenta estratégia para os Jogos Rio 2016 e o legado esportivo

Alexandre Gonzaga
Ascom/Ministério da Defesa

 


O Ministério da Defesa (MD), em conjunto com as Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica), deixará ao país um legado em aparelhos, instalações e centros de treinamentos esportivos, com a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. A informação foi divulgada, nesta sexta-feira (07) à tarde, pelo chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do MD, general José Carlos De Nardi.

De acordo com o general De Nardi, o legado ainda inclui a preparação e a formação de atletas, que por meio de federações esportivas, poderão utilizar das modernas instalações dos centros de treinamento da Marinha (Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes – CEFAN), do Exército (Centro de Capacitação Física do Exército e Fortaleza de São João e Complexo Esportivo de Deodoro) e da Aeronáutica (Universidade da Força Aérea – UNIFA). “A Defesa, nos Jogos Olímpicos, atua em duas vertentes: coordenação da segurança do evento e na preparação e treinamento de atletas”, disse o chefe do EMCFA.

Ainda segundo ele, ao longo dos últimos três anos estão sendo investidos cerca de R$ 580 milhões, que inclui ações em defesa marítima, fluvial, aeroespacial, aeroportuária, proteção de estruturas estratégicas, defesa cibernética, fiscalização de explosivos, além de atividades em defesa química, biológica, radiológica e nuclear, entre outras.

Deste total de recursos da Defesa, R$ 106 milhões serão utilizados em 2016. O general De Nardi adiantou que talvez sejam necessário mais R$ 70 milhões para custeio (movimentação de tropas, transporte e logística). Coube ao chefe da Assessoria Especial de Grandes Eventos (AEGE) do MD, Luiz Felipe Linhares Gomes, detalhar o planejamento de defesa para os Jogos Olímpicos. O general explicou que das ações de defesa já previstas, o plano inclui a segurança dos locais de realização das competições no Rio de Janeiro e das outras cidades que receberão os jogos de futebol (Brasília, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Manaus).

Ele também explicou que o planejamento está sendo finalizado no Plano Estratégico Segurança Integrada (PESI), que envolve os Ministérios da Defesa, Justiça, Casa Civil e Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. “A nossa intenção é entregar à sociedade um ambiente seguro e pacífico”, comentou o chefe da AEGE.

Segundo o general Linhares, o plano de governança inclui níveis de coordenação, que envolve o mais elevado hierarquicamente (político) até o operativo. “No topo, encontra-se o Conselho Público Olímpico e o Comitê Executivo de Segurança Integrada”, completa.

A estrutura do emprego militar para os Jogos inclui uma coordenação geral de Defesa para o Rio de Janeiro nas instalações esportivas de Deodoro, Barra e Barra, a cargo do Exército, em Copacabana, sob a responsabilidade da Marinha.

Há cinco comandos regionais nas “cidades futebol” e outros cinco comandos nacionais com ações centralizadas sobre temas específicos: defesas cibernética, aeroespacial e aeroportuária, prevenção e combate ao terrorismo, fiscalização de explosivos e logística militar.

No total, cerca de 38 militares das Forças Armadas devem atuar durante os Jogos. Apenas no Rio de Janeiro serão utilizados 20 mil homens. O plano integrado de segurança possui ações como segurança de dignitários, segurança de rotas protocolares, apronto operacional, além da utilização de comando e controle móvel e centros de operações.

O general disse que a Defesa está aproveitando os eventos testes esportivos previstos para acontecer até maio de 2016 para aperfeiçoar o emprego e a atuação das Forças Armadas.

O general De Nardi fez questão de lembrar que todas as ações seguem o modelo usado durante a Copa de 2014. E salientou que os Jogos possuem maior complexidade e será a primeira vez que a América Latina receberá um evento deste porte. Apenas na cidade do Rio, serão 33 instalações esportivas de 65 campeonatos.

Para os Jogos 2016, quatro cerimônias (abertura e encerramento, incluindo os Jogos Paralímpicos), 15 mil atletas de 205 países, a presença de mais de 100 dignitários e a participação de 70 mil voluntários. Toda esta estratégia de segurança inclui também o percurso da tocha olímpica que percorrerá a partir do dia 3 de maio de 2016, 300 cidades durante 100 dias.

Legado Esportivo

Na apresentação ocorrida hoje no auditório do MD sobre o plano de participação das Forças Militares nos Jogos Olímpicos Rio 2016, o chefe do Departamento de Desporto Militar (DDM) do MD, brigadeiro Carlos Augusto Amaral Oliveira, detalhou os preparativos dos atletas militares que integram o Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR).

O brigadeiro Amaral declarou que o ciclo de eventos desportivos a partir de 2008 deram um ritmo cadente e de expertise para o esporte nacional. O PAAR possui hoje 708 atletas militares, sendo que 167 são militares de carreira e outros 541 temporários. Como exemplo, o chefe do DDM citou os Jogos de Londres 2012, onde o Time Brasil tinha 259 integrantes, com 51 militares. Das 17 medalhas conquistadas pela equipe brasileira, 5 vieram de militares. “Para 2016, queremos dobrar este número”, comentou o brigadeiro.

A expectativa é que 100 atletas militares participem dos Jogos do Rio. Como parte dos esforços para se alcançar esta meta, os militares participaram da sexta edição dos Jogos Mundiais Militares, que acontecerá na Coreia do Sul, em outubro próximo. “Vamos deixar para a sociedade um modelo de gestão esportiva, com nossas instalações modernas com centro de alvos de tiro, pistas de atletismo, piscinas, aparelhos esportivos, alojamentos, entre outros”.

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