Ágata 7: parlamentares defendem ação militar na faixa de fronteira

É importante garantir fluxos contínuos de recursos para que as Forças Armadas prossigam na realização de operações na fronteira, defendeu, nesta quarta-feira, um grupo de parlamentares que esteve no “front” da Ágata 7.

Para o presidente da Frente Parlamentar de Defesa, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), os resultados da operação demonstram que a iniciativa merece continuidade e, se possível, ampliação no aporte de recursos financeiros a ela destinados.

“As ações permitiram apreender quase 15 toneladas de maconha e 650 quilos de cocaína. Esse entorpecente, se não fosse a Ágata, chegaria em nossas cidades. Essas operações são bastante estratégicas e precisam que os recursos sejam mantidos ou ampliados”, defendeu.

Os deputados Colbert Martins (PMDB-BA) e Jesus Rodrigues (PT-PI) endossaram as palavras de Zarattini, apoiando também a manutenção de verbas “para projetos essenciais das Forças Armadas”. Já o presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), afirmou que, no Orçamento Geral da União, é “indispensável destinar recursos para que esses programas se desenvolvam.”

Operação Ágata

A convite do Ministério da Defesa, os parlamentares seguiram de Brasília a Ponta Porã para conhecer uma das regiões onde acontece a Operação Ágata 7. Recebido no aeroporto da cidade, o grupo se deslocou até a sede do 11º regimento de Cavalaria Mecanizado, para que os deputados conhecessem os resultados parciais da operação militar.

Coube ao subchefe de Operações Conjuntas do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), almirante Luiz Henrique Caroli, contextualizar a operação em nível nacional. “Os ilícitos verificados na fronteira são os mais variados. Este ano, às vésperas dos grandes eventos, decidimos atuar em toda extensão para apoiar e contribuir para a segurança dos grandes eventos que ocorrerão nas próximas semanas”, explicou o almirante.

O balanço parcial indica a apreensão de 14.920 quilos de cocaína e 653,62 quilos de cocaína. Foram realizadas 16.877 inspeções e m embarcações e em 262.108 veículos. Outro resultado significativo foi a apreensão de 4.496 metros cúbicos de madeira.

Caroli destacou também a realização de ações cívico-sociais (acisos), que resultaram em 38.597 atendimentos odontológicos e 31.677 atendimentos médicos. No período de realização da Operação Ágata 7, houve a distribuição de 175.700 medicamentos. “Isso demonstra a importância da presença do Estado nessa região fronteira”, destacou.

O comandante Militar do Oeste (CMO), general João Francisco Ferreira, apresentou os resultados obtidos pela Ágata na faixa de fronteira Oeste, que compreende os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com Bolívia e Paraguai. Somente em Porto Morrinho (MS), as forças militares apreenderam 250 quilos de cocaína. “As Forças Armadas atuaram sempre de forma coordenada e integrada. Tivemos também a participação efetiva das agências”, disse o general Ferreira.

O emprego de veículos aéreos não tripulados (vants) também contribuiu para as ações no âmbito da Ágata. O chefe do Estado-Maior Conjunto do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), coronel Alcides Teixeira Barbacovi, explicou que os equipamentos foram de grande valia para o monitoramento de embarcações na região sul do país.

Posto de bloqueio

Após as apresentações, os integrantes da comitiva conheceram o posto de bloqueio montado na localidade de Aquidaban, situada a 17 quilômetros do centro de Ponta Porã. Um pouco antes, na MS 164, houve a demonstração do desembarque de tropas em helicópteros para a montagem de barreiras nas estradas.

A Operação Ágata integra o Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), lançado pela presidenta Dilma Rousseff, por meio de decreto editado em junho de 2011. Sob a coordenação do Ministério da Defesa e do EMCFA, a operação é executada pela Marinha, pelo Exército e pela Força Aérea Brasileira (FAB).

Este ano, a Ágata aconteceu simultaneamente em pontos estratégicos localizados nos 16.886 quilômetros de fronteira terrestre do Brasil com dez países sul-americanos. Foram empregados 33.563 militares e 1.090 agentes civis.

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