UNIFIL terá pela primeira vez a participação da Corveta “Barroso”

Ten. Fayga

 

O 10° Contingente Brasileiro, que irá compor a Força-Tarefa Marítima da UNIFIL (FTM-UNIFIL) no Líbano, terá, pela primeira vez, a corveta Barroso como integrante da missão. O objetivo é realizar tarefas de interdição marítima e capacitação da Marinha libanesa.

A corveta irá compor o rodízio, juntamente com as fragatas Constituição, Liberal e União que atuam no local desde 2011. O navio, que é um dos mais novos, está há sete anos no setor operativo e 60% dos equipamentos instalados são nacionais.

A Barroso participou de algumas missões, entre elas a IBSAMAR (sigla em inglês – India-Brazil-South Africa Maritime), indo duas vezes para a África. Em 2014, participou da “IBSAMAR IV”, realizando exercícios conjuntos com as Marinhas da África do Sul e Índia. Durante esse período, promoveu exercícios no mar, contribuindo para o adestramento da tripulação e estreitamento de laços entre as Marinhas participantes.

O navio irá zarpar do Rio de Janeiro em 18 de julho com previsão de chegada no Líbano, em 18 de agosto. Durante um mês de viagem, a corveta faz três paradas de rotina em Salvador (BA), Las Palmas (Espanha), Nápoles (Itália), e por fim, atraca no porto de Beirute (Líbano).

Com uma tripulação de 190 militares a bordo, o navio permanece no Líbano até fevereiro de 2016. Assim que a corveta Barroso assumir a missão, a Fragata União retornará ao Brasil. Além da tripulação, o navio leva um destacamento aeroembarcado e o Grupamento de Fuzileiros Navais. O objetivo é que no futuro a Marinha libanesa possa exercer as tarefas que hoje estão sendo cumpridas pela FTM-UNIFIL.

Semana Preparatória Para compor a FTM-UNIFIL, os dez oficiais selecionados do 10° Contingente Brasileiro passaram por uma semana de atividades preparatória que se encerrou nesta sexta-feira (08). O ciclo de palestras, realizado no Ministério da Defesa, foi conduzido pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA).

O chefe de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa (CHOC), almirante Ademir Sobrinho, abriu o evento e alertou para as divergências locais. “A situação no Líbano é delicada onde política e religião estão ligadas. Não se fala de uma sem se falar de outra. É fundamental conhecer muito bem as culturas e os costumes locais para saber se estamos falando com um sunita, maronita ou xiita”, afirmou.

Ainda segundo ele, “existem regras claras da ONU referente ao relacionamento com a população. Não é apenas o nome da Marinha, que levamos, e sim o nome do Brasil”, ressaltou o almirante.

Ademir falou ainda que o Brasil detém grande prestígio na força tarefa pelo modo diplomático como conduz esta missão. “A ONU aconselha uma operação de paz tranquila, mas cuja presença é imprescindível. Existe uma rivalidade política, religiosa e econômica entre Israel e Líbano.

Estamos lá para evitar a entrada de armas neste país e também treinar a Marinha libanesa”, acrescentou o chefe do CHOC. Durante toda a semana, os militares, que compõem o Estado-Maior da Força-Tarefa Marítima da UNIFIL (FTM-UNIFIL) e a tripulação do navio, tiveram a oportunidade de, por meio de palestras, conhecer a situação atual do Líbano, principais desafios e responsabilidades logísticas da UNIFIL.

Foram apresentadas, também, a estrutura política local e conceitos básicos de proteção e promoção de mulheres e crianças nas Operações de Paz da ONU. Após a capacitação dos militares, o comandante da corveta Barroso, capitão-de-fragata Alexandre Amendoeira Nunes, acredita que a missão será um grande aprendizado para todos. “Será um ganho profissional, pois vamos colocar em prática diversos ensinamentos e adestramentos que tivemos ao longo da carreira, em um ambiente conflituoso”, afirmou Amendoeira.

Para o comandante do navio, os contingentes sempre deixam seu legado pelo profissionalismo da missão, “nós esperamos aprender com a situação que iremos vivenciar, levando esses conhecimentos para as próximas gerações e, assim, o Brasil continuar contribuindo com a paz na região”, acrescentou.

A próxima fase de preparação será a capacitação dos militares no Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB) e no Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC). A semana de adestramento do ministério da Defesa foi encerrada pelo Subchefe de Logística Operacional, brigadeiro Tarcisio de Aquino Brito Veloso.

Características do Navio
Deslocamento: 2.000 ton (padrão) / 2.100 ton (plena carga)
Dimensões: 95,8 m x 11,4 m x 5,3 m (sonar); 3,7 m (quilha)
Velocidade: 27nós
Raio em Ação: 4.000 milhas a 15 nós
Tripulação: 190 militares
Armamento: Míssil antinavio MM-40 EXOCET; 1 canhão Vickers 4,5 polegadas (115 mm), com alcance de 22 Km; 1 canhão antiaéreo Bofors 40mm/70; e lançadores para torpedo Mk-46.
Helicóptero: 1 Westland AH-11A Super Lynx.

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