Fragata “Liberal” retorna ao Brasil após missão na África

Navio brasileiro realizou exercícios com Marinhas amigas no Golfo da Guiné

Por Primeiro-Tenente (T) Taise da Silva Oliveira – Rio de Janeiro, RJ

A Fragata “Liberal”, navio-escolta da Marinha do Brasil, atracou na Base Naval do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (12), após ser empregada na 3ª edição da Operação “GUINEX”. A bordo, estavam 280 tripulantes, que ficaram afastados de seus familiares por mais de dois meses, conduzindo exercícios com Marinhas amigas, a fim de promover a segurança marítima na costa ocidental do continente africano.

Iniciada no dia 6 de agosto, a operação buscou incrementar a presença da Marinha do Brasil no Golfo da Guiné e a interoperabilidade entre as Marinhas e Guardas Costeiras da região, além de elevar o nível de adestramento das tripulações envolvidas. O Grupo-Tarefa (GT) brasileiro também foi composto por um Destacamento de Mergulhadores de Combate e uma aeronave UH-12 “Esquilo”, do 1° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral, embarcados na Fragata “Liberal”.

Durante a “GUINEX-III”, foram realizados exercícios conjuntos, no porto e no mar, com as Marinhas e Guardas Costeiras de São Tomé e Príncipe, Camarões, Nigéria, Costa do Marfim, Senegal e Cabo Verde, além de exercícios com as Marinhas de Portugal e Espanha. Para o Contra-Almirante André Luiz de Andrade Felix, Comandante da 2ª Divisão da Esquadra, que esteve à frente do GT na 1ª fase da comissão, a operação contribuiu para estreitar laços de amizade e cooperação entre os países, por meio de suas respectivas Forças Navais. “O intercâmbio de experiências e treinamento dos nossos militares com Marinhas e Guardas Costeiras marcou a presença do Brasil na costa oeste da África, levando nossa bandeira ao continente africano e reforçando laços diplomáticos”, disse o Comandante do GT, que esteve embarcado entre 6 de agosto e 7 de setembro.

Dentre as ações, foram apresentadas técnicas de abordagem, visita e inspeção a navios suspeitos, manobras de embarcações rápidas, trânsito sob ameaças assimétricas e técnicas de operações especiais. A condução dos exercícios com as Marinhas amigas possibilita o compartilhamento de experiências e de procedimentos, preservando a manutenção da capacidade operacional, e contribuindo, também, para o fortalecimento da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS), conforme afirma o Contra-Almirante Nelson de Oliveira Leite, Comandante 1ª Divisão da Esquadra, que assumiu o Comando do GT brasileiro entre 7 de setembro e 12 de outubro. “A Marinha realizou treinamentos e exercícios com o objetivo de promover a interoperabilidade com as Forças regionais, além de realizar ação de presença nas zonas marítimas do Golfo da Guiné e compartilhar experiências em operações que incrementaram a percepção de segurança marítima no nosso entorno estratégico”, destacou.

Além dos exercícios, a Marinha realizou doações para a população africana. Mais de dez toneladas de donativos foram entregues, entre mantimentos, roupas, fardamentos e livros. Segundo o Comandante da Fragata “Liberal”, Capitão da Fragata Rogerio Moreira Diniz, esse foi um dos momentos importantes da missão: “Entre as diversas atividades que realizamos durante a operação, foi marcante, para todos os militares, as doações que foram enviadas do Brasil para os povos africanos. Ver a alegria da população ao receber as doações e representar o Brasil, o nosso povo, na ajuda a quem precisa foi marcante”. Também foram entregues fardas e equipamentos de comunicação à Guarda-Costeira de Cabo Verde, que possibilitarão a transmissão por voz e dados a longas distâncias durante as operações marítimas.

Os militares da MB também realizaram seminários para os militares das Marinhas amigas em temas como: técnicas de abordagem, adestramentos de controle de avaria, sistemas eletrônicos, primeiros socorros e assistência pré-hospitalar.

Encontro com familiares

No retorno da comissão, os tripulantes foram recebidos por familiares que chegaram cedo à Base Naval. O Capitão-Tenente Fernando Camargo Duarte foi recepcionado pelos pais, irmã, esposa e o pequeno Otto de 10 meses. “Acabamos de regressar da missão e tive a honra e satisfação de encontrar a minha família, ver meu filho que já está com 10 meses. Foi uma surpresa”.

Dentre os militares embarcados na “Liberal”, dois vivenciaram momentos parecidos. Os Cabos Wemerson Silva Lisboa e Iuri Fernandes da Silva receberam a notícia do nascimento dos seus filhos durante a operação. “Estou muito feliz de retornar e conhecer meu filho Ravi, foi uma grande benção durante a comissão”, disse o Cabo Iuri Fernandes. Já o Cabo Lisboa se emocionou ao pegar no colo pela primeira vez a pequena Isabela: “Estou muito feliz. Estava muito ansioso por esse momento para poder encontrar minha filha pela primeira vez. É um momento indescritível”.

Fonte: Agência Marinha de Notícias

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