Comentário Gelio Fregapani – Da História, da Guerra e da Força

Comentário Geopolítico 

Assuntos: Da História, da Guerra e da Força

 
 
 
Da História.
 
Cinco ou seis séculos antes da Era Cristã, o jovem Ciro, filho do rei da Pérsia e neto do rei da Média, estava no reino quando chegou na Média uma comitiva do Egito, então a maior potência militar da época, o rei chama seu neto para a recepção, enviando lhe trajes reais para uso na cerimônia. Ao contrário do esperado o jovem príncipe aproximou-se em trajes simples, chefiando um quadrado com 1.000 arqueiros, os quais em certo momento fizeram alto e ao mesmo tempo cada um disparou uma flecha para o alto, que caíram, quase todas as mil sobre um cepo na proximidade.

Imediatamente o rei censurou seu neto dizendo: Te mandei ricos trajes bordados a ouro para impressionar os egípcios mas rapidamente contestou o jovem príncipe: “ Se demonstrares força e pobreza ninguém se meterá contigo; demonstrando força e riqueza despertarás cobiças mas poderás te defender e muitos desejarão ser teus aliados, mas, se mostrares riquezas sem força, atrairás todas as desgraças do mundo.” (1)
 
Terá a nossa situação alguma similaridade com a da antiga Média?
 
(1)       Do livro “Ciropédia”, de Xenofonte
 
Do conflito na Ucrânia.
 
Para o início de uma  análise consideramos  evidente o interesse dos EUA em prolongar a guerra para que  Rússia sangre ao máximo e para isto, continuarão a fornecer à Ucrânia o material bélico que for possível. Entretanto, alguns noticiários prevejam um breve acordo que satisfaça aos objetivos do vencedor- o qual teria também pago um preço alto, mas um dia a guerra terminará e o mundo não será o mesmo, ao menos nos aspectos econômicos e políticos.

Novas crises e novas oportunidades surgirão em função da carência mundial de certas matérias primas e de certas commodities como do desejo de todas as grandes potências em ter o nosso País como fornecedor, se possível exclusivo.
 
Diferente das demais nações somos praticamente autossuficientes e até ricos em recursos naturais; com o pré-sal e com as hidrelétricas; não nos preocupa a segurança energética e também não temos preocupação com a segurança alimentar pois com terra, água e tecnologia agrícola somos o principal celeiro alimentar do mundo.

Contamos ainda com todos os minerais estratégicos para as novas tecnologias da comunicação, atômicas e industriais do século XXI, em abundância, na maioria na Amazônia em terras indígenas. Certamente os EUA não precisam disso tudo, mas fariam qualquer coisa para negar a seus adversários. É muita riqueza, muito poder para ser perdido sem reação.
 
Em uma simples inferência se percebe a importância econômica e logística que o nosso País terá na reorganização do após guerra. Também se sente que o pós guerra talvez não seja tão pacifico assim.
 
Riquezas nós temos, mas e a força?
 
Da Força
 
Sem hipocrisia, o direito ampara-se no poder e o poder é a força multiplicada pela vontade. O que mata a vontade de um povo é a desunião. Nós estivemos desunidos muito tempo e ainda temos fatores de desunião evidenciado por ministros da Suprema Corte falando mal do País no exterior.
 
É difícil lidar dentro da Lei com quem consideramos traidores da Pátria, magistrados com falta de escrúpulo, mas após as eleições poderemos avalizar uma verdadeira união nacional, sem as peias atualmente colocadas no desenvolvimento e na segurança pelo tribunal supremo.
 
Temos consciência que ao término da guerra surgirão pressões diferentes das atuais, quando todos gostariam de nos ter como aliado. Numa nova configuração da economia as pressões para conseguir o que for considerado indispensável podem se tornar violentas. Ainda ressoa aos ouvidos uma expressão de um presidente estrangeiro “ Antigamente, quando os povos vigorosos necessitavam de água, eles a buscariam independente de quem fosse seus detentores…”
 
Temos também consciência de quem possa nos ameaçar e da força que necessitamos para podermos viver em paz. Nos lembraremos ainda de quem, mesmo não sendo nosso aliado tradicional, se mostra disposto a usar seu poder de veto para impedir ambiciosas intromissões da ONU na Amazônia.
 
Que o Criador, em sua Suprema Justiça, abençoe a nossa oposição às injustiças daqueles que se julgam supremos.
 
Gelio Fregapani

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