Guerra Híbrida STF – Quem Chora Pelos Criminosos?

 Quem Chora Pelos Criminosos?

 

Roberto Motta

Comentarista da JPan

 

Em 23 de maio de 2022, dois dias atrás, a inteligência da polícia do Rio de Janeiro detectou uma reunião de dirigentes do Comando Vermelho na Vila Cruzeiro. Quando o BOPE chegou ao local deu de cara com um “bonde” de traficantes. Um “bonde” é um comboio de criminosos em vários veículos.

Os criminosos estavam – como sempre – fortemente armados com fuzis e até granadas. Eles usavam uniformes táticos e coturnos de combate. Não se trata mais de crime. Estamos lidando agora com guerrilha urbana.

O Rio de Janeiro virou refúgio para traficantes de todo o país, que daqui comandam seus negócios.

Por que isso aconteceu?

A resposta está na inacreditável ADPF 635, que suspendeu as operações policiais nas favelas do Rio desde junho de 2020, por razões sanitárias.

A decisão foi tomada em liminar e depois pelo pleno do STF, atendendo a uma ação de autoria do Partido Socialista Brasileiro, com apoio da Defensoria Pública do estado e de diversas “ONGs”.

A decisão está valendo até hoje.

A quem interessa transformar o Rio em um paiol prestes a explodir?

Que interesses estão escondidos por trás da ideologia e da bandidolatria sem fim?

E a pergunta mais importante: Como se pode chamar isso de “democracia” e “estado de direito”?

A decisão que suspendeu as operações policiais no Rio, resultante da ADPF 635, é a principal responsável pelo grande aumento da letalidade das operações policiais.

Não é difícil entender por quê.

Como a decisão suspendeu as operações policiais – salvo em “casos excepcionais” – ela deu espaço e tempo para que os criminosos preparem seu armamento e a suas defesas. Foram construídas barricadas de concreto e seteiras – estruturas de defesa medievais, nas quais há uma fenda por onde os criminosos disparam na polícia.

Os marginais também tiveram tempo para adquirir armamento pesado, muita munição e até uniformes táticos e botas de combate.

A criação de um refúgio do crime no Rio de Janeiro provocou a migração de lideranças criminosas do país inteiro para o estado.

Assim, operações policiais que deveriam ser rotineiras, agora enfrentam um exército de narco guerrilheiros prontos para guerra.

Os marginais também são encorajados pela percepção – totalmente correta – de que contam com apoio jurídico, materializado em uma decisão judicial que lhes dá carta branca para manter o domínio e a supremacia bélica sobre seus territórios.

É exatamente por isso que, depois da ADPF 635, aconteceram as duas operações policiais mais letais da história do Rio.

A mensagem que a ADPF enviou aos criminosos é que a posição deles é legítima.

Para entender o que está por trás desta monstruosidade, desta aberração que fere de morte o estado de direito e as liberdades, basta uma busca rápida pelas redes sociais para identificar os políticos que ontem, ao invés de celebrar a vitória da polícia, choraram pelos criminosos mortos.

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