Gen Pinto Silva – Disputa pelo Poder Político

DISPUTA PELO PODER POLÍTICO.
(Algumas ideias)

Pinto Silva Carlos Alberto. [1]

A vontade política não trabalha no vácuo. Não pode ser usada com sucesso se aplicada contrariando a razão. As coisas não acontecem na vida política de um país porque um homem, um partido político ou mesmo uma multidão quer, e sim porque são exequíveis e benéficas para toda a população.

A atividade política marcada pela relação sociedade, partidos políticos, executivo e legislativo da mostra de estar terminando, a lógica política vem sendo superada pela ação crítica da sociedade através das redes de informação e sociais (A moderna propaganda boca a boca) que não respeitam limites ou hierarquias, e avançam numa velocidade que o Estado não consegue acompanhar e dar respostas apropriadas.

Substituir ideias que até agora se mostraram ineficientes, lançar a perspectiva de desencadear uma transformação social no Brasil, substituindo o pessimismo pela esperança, é uma necessidade atual e vital em nossa sociedade, percebida por todos que estão comprometidos coma Defesa do Estado Democrático de Direito no Brasil.

As ideias para se participar da disputa política, em defesa da democracia, devem ser racionais, baseadas numa avaliação de custos e benefícios para o Estado e a sociedade. A seguir serem instrumental, isto é, deveriam ser empreendidas para alcançar-se um objetivo, e nunca por si própria. Por último, nacional para que seu objetivo fosse a satisfação dos interesses do Estado, para que se justifiquem que todos os esforços de uma nação sejam mobilizados a serviço do fim a ser atingido.

De repente a multidão tornou-se visível.

É evidente que a formação normal de uma multidão implica a coincidência de desejos, de ideias, de modo de ser dos indivíduos que a integram. Contudo, a massa não atua por si mesma. Veio ao mundo para ser dirigida, influída, representada, organizada, até para deixar de ser massa. Não veio ao mundo para fazer tudo isso por si. Necessita referir a sua vida à instância superior, constituída pelas pessoas pensantes (Lideranças)[2]. Vale ressaltar que a multidão (População, sociedade) antes, se existia, passava despercebida, ocupava o fundo do cenário político, agora se antecipou às baterias, tornou-se o personagem principal. Já não há protagonistas: só coro (a voz da massa).

Podem-se discutir à vontade quais são as “pessoas pensantes”; mas que sem elas (Sejam umas ou outras) as mudanças políticas não acontecerão. “As minorias que são capazes de opor às ideias do político outras suas, que representam as tendências e desejos das massas”. [3]

Tudo demanda, pensamento flexível, especialmente na chegada de conclusões lógicas. Em particular, é essa atitude que deve preceder qualquer experiência de testar algo novo, em especial em tempos de rápidas transformações.

 Pensamento claro e sensato, e não divagação emocional a respeito de conflitos de nossa geração, que apresentam aspectos de matizes e aparências diversos que causam confusão. A vida social e a disputa política em si mesmas proporcionam fricção.

A disputa política, principalmente, não precisa ser iniciada por complexas séries de raciocínio e linguagem inteligível e sutil somente para o especialista no assunto.

Há necessidade de apresentar uma visão política e social para o Brasil plausível, persuasiva e não utópica, para que se alcance a sociedade e crie a vontade e o comprometimento com uma transformação no nosso país.


[1] Carlos Alberto Pinto Silva / General de Exército da reserva / Ex-comandante do Comando Militar do Oeste, do Comando Militar do Sul, do Comando de Operações Terrestres, Ex-comandante do 2º BIS e da 17ª Bda Inf Sl, Chefe do EM do CMA, Membro da Academia de Defesa e do CEBRES

[2] Lideranças formadas de cidadãos possuidores de representatividade, social, legal, ou pertencentes à iniciativa privada. Ex: federação das indústrias; federação da agricultura; grupos de serviços; lojas maçônicas.

[3] A Rebelião das Massas – José Ortega y Gasset.

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