UE e Brasil divergem sobre sanções econômicas à Síria e Irã

A responsável de Política Externa e Defesa da União Europeia (UE), Catherine Ashton, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, expressaram nesta segunda-feira sua preocupação pela situação na Síria e no Irã, embora tenham divergido na forma como a crise deve ser enfrentada. A principal diferença é em relação às sanções que a UE aplicou a esses dois países, defendida por Catherine em entrevista coletiva realizada em Brasília ao lado de Patriota, que considerou que esse tipo de medida somente pode ser adotado com a aprovação do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"A Síria é uma preocupação, sobretudo pelo que se passa com o povo, e o Irã deve ser obrigado a retornar à mesa de negociações", declarou a representante europeia. A UE aplicou sanções econômicas ao Irã por causa das dúvidas em relação ao programa nuclear do país, e à Síria para forçar o governo do presidente Bashar al Assad a interromper a violência contra os manifestantes que pedem sua saída do poder.

Patriota, por sua parte, em referência ao veto da Rússia e China a uma resolução de condenação à Síria no Conselho de Segurança da ONU, disse que "isso não significa que a violência deva aumentar nem que a diplomacia deva diminuir", e pediu um diálogo mais amplo que permita pôr fim a violência nesse país. O chanceler declarou também que o Brasil "é contrário às sanções unilaterais" e considerou que o "fórum adequado" para esse tipo de decisões é a ONU.

"Não temos certeza se as sanções unilaterais contribuem para criar o clima adequado" para uma solução diplomática, acrescentou o ministro brasileiro. Nesta terça-feira, Catherine e Patriota participarão de um seminário sobre a atuação do Brasil e da UE no cenário internacional.

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