Ucrânia: Otan não confirma retirada de tropas russas

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, não confirmou nesta terça-feira o início da retirada das tropas russas da fronteira com a Ucrânia.

"Não posso confirmar que a Rússia está retirando suas tropas. Não é o que temos visto", disse Rasmussen ao chegar à sede da Otan em Bruxelas para uma reunião de ministros das Relações Exteriores dos membros da Aliança.

"Este deslocamento militar em massa não pode de nenhuma maneira representar a 'desescalada' da situação, algo que todos queremos que aconteça, e por isto continuaremos exigindo que a Rússia retire suas tropas e inicie um diálogo construtivo com a Ucrânia", completou Rasmussen.

Na segunda-feira, o presidente russo Vladimir Putin informou a chanceler alemã Angela Merkel que a Rússia estava em um procedimento de retirada parcial das tropas da fronteira com a Ucrânia.

O ministério russo da Defesa anunciou na segunda-feira que o 15º batalhão de infantaria motorizada do distrito militar do centro havia concluído as manobras na região de Kadamovski, perto da fronteira com a Ucrânia, e retornaria para a base em Samara.

O governo dos Estados Unidos não confirmou a movimentação, mas considerou que seria "bem-vinda como uma etapa preliminar", segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.

"Pedimos a Rússia que acelere o processo", completou.

Uma fonte do governo americano disse que a Rússia informou a Washington a decisão de retirar "um batalhão das forças mobilizadas nos arredores da Ucrânia" para enviá-lo a seu quartel.

"Recordo que é um batalhão de uma força de mais de sete brigadas", disse.

"É um gesto importante no sentido de uma retirada, mas há uma enorme quantidade de forças ao redor da Ucrânia, sem mencionar as que estão na Crimeia", completou a fonte.

A presença militar russa na fronteira com a Ucrânia despertou o temor de uma invasão do leste do país, em grande parte de língua russa.

Durante a tarde, os ministros das Relações Exteriores da Otan devem discutir como a organização pode levar tranquilidade aos membros mais inquietos com a atitude de Moscou, entre eles Polônia e os países bálticos.

Durante a reunião, os ministros devem ratificar a suspensão da cooperação da Otan com a Rússia.

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