Ucrânia não vai permitir escolta militar russa a comboio de ajuda humanitária

A Ucrânia afirmou nesta terça-feira que não vai permitir a entrada de qualquer ajuda humanitária russa no país se estiver acompanhada de militares russos ou de integrantes do Ministério de Emergências da Rússia.

Referindo-se ao grande comboio enviado por Moscou nesta terça-feira com ajuda para a Ucrânia, o assessor presidencial Valery Chaly afirmou: "Essa carga será transferida para outros veículos de transporte (na fronteira) pela Cruz Vermelha".

"Não iremos permitir qualquer escolta do Ministério de Emergências da Rússia ou dos militares (dentro do território ucraniano). Tudo ficará sob controle ucraniano", disse Chaly a jornalistas.

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As remessas russas de ajuda humanitária destinadas ao leste da Ucrânia, onde as forças do governo enfrentam uma rebelião pró-Rússia, devem ser examinadas para assegurar de que não servem a propósitos políticos, disse a diretora de ajuda humanitária da União Europeia, Kristalina Georgieva, nesta terça-feira.

Um comboio russo carregando comida, água e outros suprimentos de ajuda humanitária foi enviado nesta terça ao leste da Ucrânia, mas Kiev disse que não permitiria a entrada dos veículos em seu território. A carga deveria ser recebida pela Cruz Vermelha e transferida a outros veículos.

Governos ocidentais alertaram Moscou contra qualquer tentativa de transformar a operação de ajuda humanitária em uma intervenção militar disfarçada.

"É muito importante que a entrega de ajuda humanitária em qualquer lugar, por qualquer um, obedeça aos princípios de neutralidade, imparcialidade e independência e que as organizações humanitárias sejam quem… ajude as pessoas afetadas pela crise", disse Georgieva ao ser perguntada sobre a ajuda russa.

"Nenhum objetivo político ou qualquer outro deve ser perseguido", disse ela em uma coletiva de imprensa. "O conteúdo da ajuda humanitária deve ser exatamente esse, ajuda humanitária, e obviamente não pode ser dada como certa."

A Comissão Europeia disse nesta terça-feira que estava doando 2,5 milhões de euros (3,34 milhões de dólares) em ajuda humanitária para prover abrigo, comida e atendimento médico às pessoas deslocadas pelo conflito no leste da Ucrânia.

(Reportagem da Adrian Croft)

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