Tiroteio em base militar nos EUA deixa 4 mortos e 14 feridos

Pelo menos quatro pessoas morreram, entre elas o suposto atirador, e outras 14 ficaram feridas, algumas com extrema gravidade, em um tiroteio na base militar de Fort Hood, uma das maiores dos Estados Unidos e que em 2009 viveu outro trágico episódio que deixou 13 mortos e 30 feridos.

A informação foi confirmada em entrevista coletiva pelo presidente do Comitê de Segurança Nacional da Câmara dos Representantes, o republicano Michael McCaul, que detalhou que o suposto responsável pelo ataque vestia uniforme militar dos Estados Unidos, embora ainda não se saiba se estava na ativa.

Até a 0h20 (horário de Brasília) não foram confirmados mais detalhes sobre o fato, embora a rede NBC, citando fontes anônimas, assegure que o atirador foi identificado como Ivan López, 34 anos.

Os médicos do hospital Scott & White, em Temple (Texas), explicaram em entrevista coletiva que trataram quatro feridos e que outras duas pessoas, "com ferimentos muito severos", estavam a caminho do centro. A base militar de Fort Hood é uma das maiores do país e cenário, em novembro de 2009, do massacre de 13 pessoas realizado por um psicólogo militar muçulmano.

A tragédia de 2009, ainda recente na mente dos moradores desta base de 53,4 mil habitantes, marcou as primeiras reações políticas. "Qualquer tiroteio é preocupante. Obviamente este fato reviveu o medo pelo que ocorreu em Fort Hood há cinco anos. Estamos devastados que algo assim talvez tenha ocorrido de novo. Não quero comentar os fatos até que não saibamos exatamente o que ocorreu", disse o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em Chicago, onde participa nesta quarta-feira em vários atos.

Por sua vez, o secretário de Defesa, Chuck Hagel, assegurou em entrevista coletiva no Havaí que se trata de "uma tragédia terrível". "Sabemos que há mortos e feridos, mas não temos todos os detalhes, estão sob investigação", afirmou o chefe do Pentágono, acrescentando que "obviamente, quando temos este tipo de tragédias em nossas bases, isso quer dizer que algo não funciona".

Exército nega evidências de terrorismo em ataque

O autor do tiroteio ocorrido nesta quarta-feira na base militar de Fort Hood, nos Estados Unidos, se suicidou com um disparo após deixar pelo menos outros três mortos e 16 feridos, alguns em estado crítico, em um incidente no qual, por enquanto, não há evidências de relações com o terrorismo, informou uma fonte militar.

O autor do tiroteio, que não teve sua identidade confirmada, serviu como militar no Iraque por quatro meses em 2011 e estava sendo medicado contra o estresse pós-traumático e outros problemas psicológicos, embora ainda não tivesse sido diagnosticado com esse transtorno, informou em entrevista coletiva o tenente-general Mark Milley.

Todas as vítimas do incidente eram militares e a arma utilizada no ataque foi uma pistola calibre 45 que não estava registrada, como exige a base militar, detalhou Milley.

O soldado comprou a arma recentemente na região onde vivia com sua mulher e "sua família", e sua identidade não será revelada até seus entes queridos sejam informados. Segundo Milley, o autor do ataque tomava medicamento para combater depressão, ansiedade e outros transtornos psicológicos e os médicos estavam em processo para diagnosticá-lo com transtorno de estresse pós-traumático.

Milley disse que existem "algumas informações iniciais" que levam a crer que houve uma discussão antes do tiroteio, mas ressaltou que apenas as investigações em andamento poderão esclarecer as razões da tragédia. "Neste momento, não há indicações de que este incidente esteja relacionado com o terrorismo, mas não descartamos nenhuma hipótese", explicou o tenente-general.

O soldado entrou em um edifício da base e abriu fogo, depois entrou em um veículo, fez mais disparos e depois atirou mais vezes em outro imóvel do recinto militar. Em seguida, atirou em si mesmo quando foi interceptado pela Polícia Militar, relatou Milley.

Veterano da guerra do Iraque é apontado como atirador

O soldado do exército dos Estados Unidos Ivan López, que foi enviado ao Iraque, foi identificado como suspeito de matar três pessoas, ferir 16 e se suicidar ontem na base de Fort Hood, no Texas, segundo informaram nesta quinta-feira os veículos de imprensa.

O legislador Michael McCaul, de Austin, republicano, e que preside o Comitê de Segurança Nacional da Câmara dos Representantes dos EUA, confirmou a identidade do soldado.

Por sua vez, o tenente-general Mark Milley, o chefe de maior categoria nessa ampla base, disse que o atacante havia sido avaliado por transtornos de estresse pós-traumático, mas que não se havia confirmado o diagnóstico.

As fontes militares, no entanto, não confirmaram que López tenha sido o assassino, em cumprimento dos protocolos segundo os quais primeiro se procura notificar os familiares de pessoas mortas.

Na mesma base militar, em 2009 o major do exército Nidal Hassan, um psicólogo militar, assassinou 13 pessoas e feriu mais de 30 em outro episódio de violência, sendo preso em seguida.

Segundo fontes da base citadas pelos veículos de imprensa, López vestia o uniforme padrão de camuflagem quando supostamente entrou em um edifício da base e abriu fogo.

Depois, o soldado, que portava uma pistola semiautomática de calibre 45, voltou a seu veículo, fez mais disparos desde o carro e depois disparou contra outro imóvel do recinto.

Milley disse que ato seguido o suspeito se suicidou quando se encontrou com soldados da polícia militar.

O suposto autor dos atentados tinha chegado a Fort Hood, uma grande base militar, em fevereiro procedente de outra instalação militar americana, por isso as autoridades do Texas sabiam pouco sobre ele.

O jornal "Dallas Morning News" afirmou que López era casado e que tinha prestado serviço durante quatro meses no Iraque como motorista de caminhões, em 2011.

Exceto os membros da polícia militar, os soldados destinados em Fort Hood e em todas as bases militares dos Estados Unidos não estão autorizados a levar armas, já sejam militares ou de propriedade pessoal, enquanto estão dentro das instalações.

As restrições sobre o porte de armas pessoais aumentaram depois do ataque de 2009 e uma série de suicídios em Fort Hood, que é a maior base de unidades blindadas em serviço ativo do país e uma das maiores dos EUA em todo o mundo.

As regras atuais exigem que os soldados registrem no comando suas armas particulares e que as mantenham em um lugar seguro.

Milley disse que a arma usada ontem pelo atacante não estava registrada.

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