Oriente Médio – Israel lança campanha contra acordo interpalestino

Israel utilizará o acordo de reconciliação entre a Autoridade Palestina e o movimento islamita Hamas, que governa Gaza e não reconhece o Estado israelense, para minar a campanha em favor do reconhecimento do Estado palestino pela ONU em setembro.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu decidiu lançar uma campanha para que nenhum governo unitário palestino seja reconhecido caso inclua membros do Hamas, indicou nesta sexta-feira o porta-voz do Ministério israelense das Relações Exteriores, Ygal Palmor.

Netanyahu viaja nos próximos dias para Londres e Paris com o objetivo de convencer seus interlocutores europeus a não votarem na ONU em favor do reconhecimento de um Estado palestino sem o consentimento prévio de Israel.

"Somos contrários a qualquer proclamação unilateral de um Estado palestino, mas se o Hamas chegar ao poder, isso ficará ainda mais perigoso", declarou Ygal Palmor.

"Enquanto não aceitar as condições do Quarteto para o Oriente Médio, esse movimento continua sendo para Israel e para os países ocidentais uma organização terrorista", insistiu Palmor.

Os integrantes do Quarteto (Estados Unidos, União Europeia, Rússia e ONU) estabeleceram essas condições em janeiro de 2006.

Trata-se do fim da violência, do reconhecimento dos acordos firmados por Israel e pela OLP (Organização para a Libertação da Palestina) e do reconhecimento do direito de existir de Israel.

O acordo de reconciliação interpalestino não menciona esses princípios.
Nesta sexta-feira, o ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, pediu à chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, que exija do Hamas "a aplicação total de todas as condições fixadas pelo Quarteto", anunciou seu gabinete.

Um diplomata europeu, Pierre Vimont, importante assessor de Ashton, disse que a União Europeia apoiará o acordo de reconciliação se cumprir as exigências do Quarteto.

"Só poderemos apoiá-lo se levar em consideração o que, para nós, constitui o contexto necessário", ou seja, "o reconhecimento de Israel e dos elementos reiterados pelo Quarteto para o Oriente Médio" disse Vimont.

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