Líbia – Otan reforçará operação militar contra ditador líbio

EUA, França e Reino Unido, líderes da coalizão que promove intervenção na Líbia, chegaram ontem a um acordo sobre a participação da Otan (aliança militar ocidental) nas operações, reforçando a ofensiva contra o ditador Muammar Gaddafi.

Para evitar um racha, deixaram em aberto, no entanto, a questão de a aliança militar comandar ou não a operação -a Turquia, um país muçulmano como a Líbia e membro da Otan, é contra.

Por ora, a logística da aliança (centros de comando e operações), além de equipamentos militares, deverá ser usada, mas os EUA continuam na chefia da ação.

O presidente Barack Obama teme prejuízos à sua imagem com mais uma guerra -além de Iraque e Afeganistão. Ontem, no entanto, uma pesquisa da rede CBS mostrou que 50% dos americanos apoiam a ação militar e apenas 29% são contra.

"O que estamos dizendo agora é que a Otan terá um papel-chave a desempenhar [na operação]", afirmou o assessor de Segurança Nacional dos EUA, Ben Rhodes.

Desde o sábado, o avanço de Gaddafi sobre rebeldes foi interrompido, mas seus ganhos não foram revertidos.

Integrantes da coalizão internacional têm manifestado divergências sobre se os ataques deverão visar a deposição do ditador líbio ou não.

A operação segue atraindo críticas. Um dia depois de o Brasil pedir um cessar-fogo, ontem foi a vez de a China defender o fim dos ataques.

Mencionou o risco de um "desastre humanitário".

No front, os aliados realizaram ontem o quarto dia de ataques contra alvos da defesa de Gaddafi, focando principalmente a capital, Trípoli.

Perto de Benghazi, "capital" rebelde, as forças aliadas sofreram primeiro revés com a queda de um caça F-15 dos EUA -por falha mecânica, de acordo com o governo.

Os dois pilotos se ejetaram e foram resgatados em solo líbio. Segundo o "Guardian", no resgate, feito por aviões de propulsão vertical americanos, seis civis foram feridos -os EUA negaram.

Forças de Gaddafi fizeram ataques a duas cidades: Misrata, a terceira maior, e Zintan. Na primeira, estavam entre os mortos quatro crianças, elevando a 40 o número de vítimas desde segunda.

O líder fez ontem a primeira aparição pós-ataques, dizendo que não tem medo dos bombardeios. "Estamos rindo desses foguetes", disse, para uma multidão.

Numa entrevista, a secretária de Estado, Hillary Clinton, disse ter ouvido rumores de que pessoas ligadas ao ditador estariam buscando uma "saída" para a crise, e que um de seus filhos teria sido morto nos ataques. Ela mesma afirmou não saber se as informações são reais.

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