Japão considera inaceitável recente visita russa às ilhas Curilas

O governo do Japão qualificou nesta segunda-feira de "inaceitável" a recente visita oficial do secretário do Conselho de Segurança Nacional da Rússia, Nikolai Patrushev, às disputadas ilhas Curilas, reivindicadas por Tóquio.

O Executivo japonês criticou por meio de seu ministro porta-voz, Osamu Fujimura, a viagem feita neste domingo por Patrushev às ilhas de Kunashiri e Habomai, onde permaneceu um total de cinco horas, segundo a agência local Kyodo.

Patrushev, antigo responsável do Serviço Federal de Segurança (FSB, antigo KGB), é considerado um assessor próximo ao primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, que recentemente aprovou um investimento adicional de quase 30 milhões de euros para desenvolver infraestruturas nas Curilas.

As quatro ilhas Curilas meridionais (Kunashiri, Etorofu, Shikotan e Habomai), ricas em pesca e produtos como ouro, prata, hidrocarbonetos e titânio, pertenciam historicamente ao Japão e foram anexadas pela União Soviética ao término da Segunda Guerra Mundial.

O governo japonês defende que as ilhas são parte "ancestral e inalienável" de seu território, mas não fecha a porta para uma solução negociada, enquanto Moscou considera "inquestionável" sua soberania.

Em novembro do ano passado, o presidente russo, Dmitri Medvedev, protagonizou a primeira visita de um líder russo às Curilas, o que levantou duras críticas de Tóquio, que chamou para consultas seu embaixador em Moscou.

Desde então o governo japonês reagiu a cada viagem de um representante russo às ilhas, sem que a visita em fevereiro passado do então ministro de Exteriores japonês, Seiji Maehara, a Moscou abrisse as portas para uma possível negociação do litígio.

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