EUA, Reino Unido e Austrália realizam exercícios aéreos com foco na China

(Reuters) – Estados Unidos, Reino Unido e Austrália realizaram exercícios aéreos conjuntos na quarta-feira sobre o deserto de Nevada e região, como parte de um esforço para simular operações de combate de ponta contra caças chineses e defesas aéreas.

A Reuters acompanhou as forças britânicas por várias horas durante os exercícios Red Flag, organizados pelos Estados Unidos, durante três semanas, a bordo do avião-tanque de reabastecimento britânico KC-2 Voyager, que na quarta-feira forneceu combustível para caças norte-americanos e britânicos.

O coronel da Força Aérea dos EUA Jared J. Hutchinson, comandante do 414º Esquadrão de Treinamento de Combate que comanda o Red Flag, disse que os exercícios anuais não estão vinculados a nenhum evento recente. No sábado, um caça dos EUA abateu um suposto balão espião chinês na costa da Carolina do Sul, aumentando as tensões.

“(A China é) apenas o desafio de compasso para o qual treinamos para estarmos prontos… Acreditamos que, se estivermos prontos para a China, estamos prontos para qualquer um”, disse Hutchinson, citando a política dos EUA.

No centro dos exercícios estava abordar as vastas distâncias que Estados Unidos, Reino Unido e Austrália enfrentariam ao operar no Pacífico e melhorar a interoperabilidade das Forças Aéreas dos três países.

O governo dos EUA identifica a China como prioridade estratégica de suas Forças Armadas, mesmo que dedique bilhões de dólares para apoiar a Ucrânia a repelir as forças russas que invadiram o país.

China considera comentários de Biden sobre Xi ‘totalmente irresponsáveis’

O governo da China considerou “totalmente irresponsáveis” os comentários do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que afirmou que o chefe de Estado chinês Xi Jinping enfrenta “enormes problemas”.

“Você consegue pensar em algum outro líder mundial que trocaria de lugar com Xi Jinping? Não consigo pensar em nenhum”, comentou Biden, em entrevista ao programa PBS NewsHour.

“Este homem tem enormes problemas”, principalmente “uma economia que não está funcionando muito bem”, acrescentou o presidente americano, antes de observar que Xi “também tem um grande potencial”.

Biden fez essas declarações depois que o Exército americano derrubou um balão chinês que sobrevoava os Estados Unidos no sábado e que Washington disse ser um dispositivo de espionagem.

“Essas palavras dos Estados Unidos são totalmente irresponsáveis e violam as regras básicas da etiqueta diplomática”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, nesta quinta-feira.

“A China expressa seu profundo descontentamento e firme rejeição”, disse ele em uma coletiva de imprensa regular.

Ao ser questionada sobre o balão, Mao Ning reiterou que se tratava de um dispositivo civil.

“Os Estados Unidos dizem que esse balão fazia parte de uma suposta frota […]. O mais provável é que essas declarações façam parte de uma guerra de opinião contra a China”, enfatizou.

“A comunidade internacional sabe muito bem quem é o campeão mundial em espionagem e vigilância”, disse a porta-voz, referindo-se aos Estados Unidos.

A China confirmou nesta quinta-feira que recusou um telefonema do secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, que queria falar com seu homólogo chinês, Wei Fenghe, depois que o balão foi derrubado.

Pequim rejeitou a ligação após a decisão de derrubar o balão, um ato “irresponsável” dos Estados Unidos que não criou “um clima propício ao diálogo”, disse um porta-voz do Ministério da Defesa chinês nesta quinta-feira.

Joe Biden costuma descrever a relação entre Estados Unidos e China como a mais importante do mundo.

Biden e Xi reuniram-se em novembro do ano passado, durante a reunião de cúpula de países do G20 em Bali, o primeiro encontro desde que Biden assumiu a presidência em 2021. Desde então, conversaram por telefone ou chamada de vídeo em cinco ocasiões.

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