Em conversa com Putin, Lula rejeita visita à Rússia, mas defende diálogo com Moscou e Kiev

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, conversou por telefone nesta sexta-feira (26) com o líder russo Vladimir Putin. Ao ser convidado para participar do Fórum Econômico Internacional que acontece em junho em São Petersburgo, Lula rejeitou a proposta, mas defendeu o diálogo com Moscou em Kiev em busca da paz.

“Agradeci (a Putin) um convite para ir ao Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo e respondi que não posso ir à Rússia nesse momento”, tuitou Lula sobre este evento previsto para acontecer entre 14 e 17 de junho. “Mas reiterei a disposição do Brasil, junto à Índia, Indonésia e China, de conversar com os dois lados do conflito em busca da paz”, acrescentou brasileiro.

Segundo o Kremlin, durante a conversa Putin “confirmou que o lado russo está aberto ao diálogo político e diplomático”. No entanto, essa conversa “ainda é dificultada por Kiev e seus apoiadores ocidentais”.

Essa não é a primeira vez que Lula propõe que o Brasil seja mediador em uma eventual negociação para acabar com a guerra iniciada pela invasão russa ao território ucraniano em fevereiro de 2022. A proposta foi relembrada várias vezes durante as últimas viagens internacionais do chefe de Estado.

Lula, que foi acusado de ser brando com a Rússia em relação à sua invasão, protagonizou um desencontro com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky durante a cúpula do G7 em Hiroshima no fim de semana passado, quando uma reunião bilateral prevista com o governante ucraniano não se concretizou.

O brasileiro disse estar “chateado” por não ter se reunido com o representante de Kiev, mas também afirmou que não fazia muito sentido se reunir com Zelensky neste momento porque nem o líder ucraniano, nem Putin dão sinais de querer a paz.

Ainda nesta sexta-feira, o chefe da diplomacia russa, Sergueï Lavrov, repetiu praticamente as mesmas palavras que Putin na conversa com Lula. Durante uma reunião em Moscou com Li Hui, o emissário da China, “o chanceler russo reafirmou o compromisso de Moscou com uma resolução político-diplomática do conflito, observando os sérios obstáculos criados pela Ucrânia e seus apoiadores ocidentais à retomada das negociações de paz”, indicou a diplomacia russa em comunicado.

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