Combates intensos provocam mortes perto de Slaviansk

Várias pessoas morreram em combates intensos nesta segunda-feira perto de Slaviansk, leste da Ucrânia, afirmou o ministro do Interior Interior, Arsen Avakov.

O ministro ucraniano, que estava em um posto de controle a seis quilômetros do local dos combates, não informou se as vítimas são nacionalistas ucranianos ou separatistas pró-Moscou.

Os combates haviam começado duas horas antes, segundo um correspondente da AFP. Em Slaviansk, reduto pró-Rússia, "acontece uma guerra contra nosso território", disse o ministro.

"Minha missão é eliminar os terroristas", completou, em referência aos separatistas pró-Moscou. "A única tática é avançar pouco a pouco para o centro da cidade", disse Avakov, antes de destacar que "não há solução militar. Esta deve ser política".

O comandante da Guarda Nacional, Stepan Poltorak, observou que os adversários "estão bem treinados e bem equipados".

"Nós os encurralamos no centro de Slaviansk e as estradas (na área de combate) estão fechadas. A passagem de civis não está permitida", disse Poltorak.

Rússia apresenta livro branco sobre violações de direitos humanos na Ucrânia

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia apresentou nesta segunda-feira um livro branco (documento) sobre as violações dos direitos humanos na Ucrânia, no qual argumenta que o conflito étnico no país vizinho pode se propagar para o resto da Europa.

"Estamos convencidos de que a continuação dos excessos na Ucrânia pode se transformar em uma séria ameaça para a paz e para a segurança regionais", diz o documento de 80 páginas que foi apresentado hoje ao presidente russo, Vladimir Putin.

O livro branco adverte que a crise na Ucrânia pode "levar a um agravamento dos conflitos e contradições étnicas e nacionais na Ucrânia e na Europa, em geral".

"Os culpados devem receber um castigo merecido. Caso contrário, os extremistas receberão um perigoso estímulo", afirma o texto.

A Rússia convoca os organismos internacionais a investigar de maneira objetiva e não politizada "várias violações dos direitos humanos e do princípio do Estado de direito na Ucrânia".

"A história do século XX deu trágicas lições de que ignorar não só seria irresponsável, mas criminoso. O livro branco é um aviso para os que se esqueceram disso", aponta o documento.

O texto criticou quem, por interesses particulares e sob a fachada de uma "demagogia democrática", condena a população multiétnica ucraniana ao extremismo, às arbitrariedades e a uma crise de identidade nacional.

O primeiro capítulo do relatório questiona as arbitrariedades cometidas pela oposição durante os conflitos antigoverno entre novembro de 2013 e a derrocada do presidente Viktor Yanukovich em 22 de fevereiro.

Em outros capítulos, define-se como ingerência nos assuntos internos de um Estado soberano as declarações públicas realizadas por políticos ocidentais, na maioria europeus, a favor do movimento de protesto contra Yanukovich.

Além disso, o texto menciona ondas de racismo; xenofobia por parte dos ultranacionalistas ucranianos; discriminação por motivos linguísticos, religiosos e étnicos; violação da liberdade de expressão e censura.

No domingo, a Rússia pediu à comunidade internacional para pressionar Kiev para que renuncie ao uso da violência no sudeste do país, onde as autoridades ucranianas se propõem continuar a operação de castigo contra as fortificações pró-Rússia.

O Kremlin acusou Kiev de "ter as mãos manchadas de sangue" e de queimar vivos civis desarmados após a morte na sexta-feira em Odessa de cerca de 40 pessoas, na grande maioria manifestantes pró-Rússia, no incêndio na Casa dos Sindicatos de Odessa (Mar Negro). EFE

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