Com escalada da crise, Otan manda aviões e monitora fronteiras da Ucrânia

A Otan, aliança militar ocidental, enviou nesta segunda-feira aviões de reconhecimento sobre a Polônia e a Romênia para monitorar as fronteiras em meio à crise na vizinha Ucrânia, um gesto que volta a ressaltar a preocupação europeia com a possível escalada no conflito ucraniano.

Os voos ocorrerão "somente sobre território da aliança", afirmou um porta-voz do organismo.

O anúncio ocorre num momento em que Moscou solidifica seu controle sobre a Crimeia, região autônoma na Ucrânia, uma semana antes de um referendo em que a população local votará se prefere que o território seja anexado à Rússia.

O Ocidente e a Ucrânia consideram o referendo "ilegal", mas ele obteve apoio dos Parlamentos da Crimeia e da Rússia, bem como do presidente russo, Vladimir Putin.

A Ucrânia não é membro da Otan, mas a intervenção russa na Crimeia causou preocupação em países vizinhos (entre eles membros da aliança que faziam parte da esfera soviética), informa a agência Reuters.

Os voos Awacs (sigla em inglês de "voos de controle e aviso inicial") sairão de bases na Alemanha e Grã-Bretanha para "aumentar a percepção da situação pela aliança" pelo tempo que for necessário, agregou o porta-voz da Otan.

Na semana passada, a organização afirmou que iria revisar sua cooperação com a Rússia e aumentar seu engajamento com o governo de Kiev, depois que homens vestindo uniformes militares invadiram um hospital em Simferopol (Crimeia), onde veteranos e soldados estavam internados.

Crimeia

Tropas pró-Rússia também bloqueiam o acesso de soldados ucranianos à Crimeia.

Oficialmente, Moscou nega que suas tropas estejam participando dos bloqueios e atribuem a iniciativa a forças "de autodefesa".

O governo em Kiev – com apoio de EUA e União Europeia – acusa a Rússia de invadir a Ucrânia, violando leis internacionais.

Em outro desdobramento da crise, tropas pró-Rússia tentaram tomar o controle de uma base de transporte Bahkchysarai, município entre Simferopol e Sevastopol.

Os homens dispararam tiros ao alto, mas soldados ucranianos impediram a tomada do local.

Pouco a pouco, e com pouca resistência, as tropas pró-Rússia estão desmontando a capacidade ucraniana de manter-se na Crimeia, informa o enviado da BBC à região, Christian Fraser.

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