Argentina adverte que referendo não põe fim à disputa pelas Malvinas

A embaixadora argentina em Londres, Alicia Castro, disse neste domingo que o referendo que está sendo realizado nas Malvinas não põe fim à disputa entre Argentina e Reino Unido pela soberania das ilhas. Em declarações a uma rádio de Buenos Aires e divulgadas também através do site do governo argentino, Alicia afirmou que a consulta "tem um resultado previsível".

"Apenas cidadãos britânicos participam e é organizado por britânicos, tudo isso para que digam que devem continuar sendo britânicos", declarou a embaixadora à Rádio Mitre de Buenos Aires.

Os 1.650 malvinenses habilitados para esta consulta respondem entre hoje e amanhã se querem ou não que as ilhas mantenham seu status político atual como território do ultramar do Reino Unido.

O governo da Argentina, que reivindica que Londres abra negociações sobre a soberania das ilhas, ocupadas pelos britânicos desde 1833, assinalou em reiteradas oportunidades que o referendo carece de validade legal para o direito internacional.

Alicia Castro insistiu que a consulta não "põe fim à disputa por soberania" e sustentou que o Reino Unido tem a "obrigação de "entender que é o direito internacional o que rege a relação entre os Estados". "Não é a vontade caprichosa de uma pequena comunidade que pode dirimir uma disputa territorial", sentenciou a embaixadora argentina em Londres.

O conflito bélico entre os dois países pelas ilhas começou depois que a Junta militar da Argentina decidiu ocupar pela força o arquipélago no dia 2 de abril de 1982, mas terminou com a rendição argentina em 14 de junho do mesmo ano. Na guerra morreram 649 argentinos, 255 britânicos e três ilhéus.

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