Após acordo nuclear, Washington pede ações a Pyongyang

A Casa Branca pediu ações a Coreia do Norte após o "positivo primeiro passo" que representa o acordo pelo qual o regime norte-coreano se comprometeu a suspender temporariamente seus testes nucleares, inclusive o enriquecimento de urânio e o lançamento de mísseis de longo alcance.

Os compromissos da Coreia do Norte "são muito bem-vindos, mas, obviamente, têm que vir seguidos de ações", disse nesta quarta-feira o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, em sua entrevista coletiva diária.

Para o governo do presidente americano, Barack Obama, o acordo fechado na semana passada em Pequim com a Coreia do Norte "é um primeiro passo positivo rumo à desnuclearização completa e verificável da península coreana de maneira pacífica", destacou Carney.

Além disso, qualificou como um "sinal positivo" o fato de que, em "um período relativamente curto" de tempo após a morte em dezembro do líder norte-coreano Kim Jong-il, a Coreia do Norte "tenha decidido comprometer-se com os Estados Unidos nos debates de fundo e a dar alguns passos iniciais positivos".

A Coreia do Norte anunciou que aceita suspender temporariamente suas atividades de enriquecimento de urânio, assim como os testes nucleares e os lançamentos de mísseis de longo alcance, segundo um relatório da agência estatal norte-coreana "KCNA" divulgado nesta quarta.

Além disso, a Coreia do Norte também aceitou a entrada de inspetores da ONU no país para que supervisionem a interrupção, detalhou o Departamento de Estado dos EUA em comunicado.

Por sua parte, o governo americano se comprometeu a finalizar os detalhes de um acordo para enviar 240 mil toneladas de alimentos à Coreia do Norte, assim como a "tomar medidas para melhorar a relação bilateral" sobre a base do "respeito mútuo".

Desde a morte de Kim Jong-il, em dezembro passado, os EUA se mostraram otimistas, embora com cautela, em relação a um possível reatamento das conversas de seis lados para levar à desnuclearização do país asiático.

O processo multilateral, que reúne as duas Coreias, EUA, China, Japão e Rússia, permanece suspenso desde abril de 2009, quando a Coreia do Norte o abandonou unilateralmente após um suposto teste de mísseis.

O acordo anunciado hoje "é um passo" na direção correta, mas o reatamento desse diálogo de seis lados "dependerá das ações da Coreia do Norte para demonstrar que mantém os compromissos que fez", concluiu Carney.

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