AIEA suspeita de atividades nucleares recentes do Irã

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, confirmou nesta segunda-feira em Viena que o organismo da ONU suspeita que o Irã tenha realizado atividades militares atômicas não declaradas há pouco tempo. Em seu discurso de abertura da reunião do Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Amano disse que recebeu novas informações sobre as "possíveis dimensões militares" do programa nuclear iraniano.

"Existem indícios de que algumas destas atividades possam ter sido realizadas até pouco tempo", afirmou o responsável da AIEA, que emitiu no final de maio um relatório técnico sobre o Irã. Diplomatas próximos à AIEA haviam indicado no final de maio, por ocasião da publicação do mais recente relatório técnico sobre o Irã, que estas atividades podiam ter durado até 2010. Até agora, os serviços de inteligência dos Estados Unidos pensavam que o Irã tinha interrompido em torno de 2004 todos os experimentos militares relacionados com suas atividades nucleares.

Amano informou nesta segunda-feira às autoridades da AIEA que está em contato direto com o chefe da organização de energia atômica do Irã, Fereydoun Abbasi, ao qual pediu mais cooperação para poder esclarecer todas as dúvidas do programa nuclear desse país. "O Irã não oferece a cooperação necessária para que a agência possa garantir a ausência de materiais e atividades (atômicos) não declaradas no Irã", disse Amano à Junta. Nesse sentido, instou ao Irã "a tomar medidas para uma plena aplicação de todas as obrigações relevantes para poder estabelecer a confiança internacional na natureza exclusivamente pacífica de seu programa nuclear".

O Conselho de Segurança da ONU exige há cinco anos a suspensão dos aspectos mais delicados do programa nuclear iraniano, como o programa de enriquecimento de urânio, como uma medida de criação de confiança. O Irã ocultou durante quase duas décadas suas atividades nucleares, razão pela qual os EUA e seus aliados ocidentais temem que sob um suposto programa nuclear civil queira desenvolver armas atômicas, hipótese negada pelo país, que diz que as acusações sobre supostos aspectos militares de seu programa nuclear são manipuladas e se nega a debater este assunto com a AIEA.

Compartilhar:

Leia também

Inscreva-se na nossa newsletter