A Equação Turca – Turquia diz que não pode ficar impassível com situação na Síria

A Turquia não pode se abster se a repressão na Síria a um levante popular está colocando em risco a segurança na região como um todo, disse o ministro das Relações Exteriores turco, Ahmed Davutoglu, nesta sexta-feira.

Embora Ancara não deseje interferir nas questões internas da Síria, tem o dever de dizer "chega" a Damasco se o governo vizinho coloca a segurança da Turquia em risco ao combater seu próprio povo e obrigar as pessoas a fugirem do país, afirmou o chanceler.

A Turquia, que tem o segundo maior Exército na Otan, disse no mês passado que não queria uma intervenção militar na Síria, mas que estava preparada para "qualquer cenário," inclusive estabelecer uma zona-tampão dentro da Síria.

A Turquia, que vem aumentando as críticas a seu antigo aliado, teme que uma guerra civil baseada em linhas sectárias na Síria possa se espalhar pelas fronteiras e provocar tensão entre o povo turco.

"A Turquia não deseja interferir nos assuntos internos de ninguém, mas se surgir um risco à segurança regional, então não temos o luxo de nos abster e apenas assistir", disse Davutoglu a jornalistas na capital turca, referindo-se à Síria.

"Se um governo que está combatendo seu próprio povo e criando refugiados está pondo não apenas sua própria segurança em risco, mas também a da Turquia, então temos a responsabilidade e a autoridade para dizer a eles: ''Já chega''", disse.

A Turquia já foi um dos principais aliados regionais da Síria, e o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, construiu um forte relacionamento com o presidente sírio Bashar al-Assad.

Mas com o aumento da violência e Assad ignorando o conselho de Ancara para suspender a repressão aos manifestantes e fazer reformas urgentes, as relações esfriaram e Erdogan disse a Assad, sem rodeios, que ele deveria renunciar.

A Turquia agora abriga desertores do Exército sírio e o Conselho Nacional Sírio, uma organização que reúne figuras da oposição síria exiladas.

Na semana passada, a Turquia seguiu a Liga Árabe anunciando uma lista de sanções econômicas contra a Síria que visavam o governo, incluindo o congelamento de bens do estado, a imposição de proibições de viagens a autoridades e a suspensão de transações financeiras.

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