Gol negocia com Boeing e Embraer sobre renovação de frota antiga

Daniela Meibak

A companhia aérea Gol promove concorrência entre os jatos da fabricante Embraer e aviões da Boeing, para identificar qual o equipamento na faixa de 140 lugares que vão substituir os atuais 737-700. A afirmação foi feita pelo presidente da aérea, Paulo Sérgio Kakinoff, na saída de encontro com analistas e investidores, em São Paulo, nesta segunda-feira.

Segundo ele, são cerca de 35 jatos que precisam ser substituídos até 2018 e a empresa analisa os modelos E2-195 da Embraer e o Max 7 da Boeing. Atualmente a brasileira só voa com jatos da americana. "A Gol tem aproximadamente 35 jatos 737-700 e precisa substituir essas aeronaves a partir de 2018. Isso pode acontecer com aquisição de aviões existentes no mercado ou compra direto da fábrica. Estimamos que a partir do primeiro semestre teremos uma decisão", afirmou o executivo.

Sobre a estratégia da concorrente Azul de comprar jatos da Airbus, o presidente afirmou que é impossível comentar a estratégia de um competidor. "Não sei qual a estratégia deles. Não sei se é só substituição de frota, onde os acentos serão realocados, se será no mercado doméstico ou internacional. Isso não muda nada na estratégia da Gol", declara Kakinoff.

Por fim, sobre o plano de aviação regional que ficou para 2015, o presidente afirma que a Gol, desde o primeiro momento, apoia esse desenvolvimento, sobretudo na combinação de investimentos em aeroportos com incentivo para que as companhias utilizem essas rotas.

"A discussão sobre o formato é uma discussão complexa. Entendemos que o formato ideal é aquele que oferece às companhias oportunidades de ampliar o foco de atuação nesse mercado. A questão sobre qual é o equipamento mais adequado para operar é mais uma decisão das companhias do que do plano. Sendo assim, vemos de forma positiva e uma oportunidade para a própria Gol."

Embraer diz que suas aeronaves são adequadas a várias rotas e regiões*

A Embraer declarou que a família de aeronaves E-Jets, produzida pela empresa, é adequada para muitas rotas e regiões no Brasil e existem muitas oportunidades a serem prospectadas. “Continuamos explorando diversos mercados nos cinco continentes com uma boa penetração e liderança no segmento de 70-130 assentos”, afirmou a fabricante em comunicado sobre a decisão da Azul de comprar aviões A320 da Airbus ao invés dos E-Jets da Embraer. 

Na America Latina, de acordo com a Embraer, existem quase 200 E-Jets em operação. A empresa ressalta que continua na liderança, com mais de 70% de participação neste segmento e que continuará a explorar as oportunidades de novos negócios na medida em que o trafego aéreo estiver crescendo e novas regiões forem inseridas na conectividade aérea.

A Azul anunciou a compra de 35 aviões A320neo, a nova geração do jato de um corredor da Airbus. Além disso, anunciou que vai incorporar mais 28 aeronaves por meio de contratos de arrendamento com a AerCap e a Gecas. As novas aeronaves serão incorporadas gradativamente frota da empresa entre 2016 a 2023.

A companhia desistiu do plano de crescimento baseado na expansão da oferta para o mercado regional depois que o plano de aviação para este segmento não foi aprovado no Congresso na semana passada. O projeto, enviado pelo Congesso, por meio de Medida Provisória, previa subsídios de passagens para viabilizar voos para cidades do interior, mas expirou na segunda-feira (24).

*Virgínia Silveira

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