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Grupo do Araguaia quer ampliar tempo de ação

BRASÍLIA. Sancionada pela presidente Dilma Rousseff na última sexta-feira, a Comissão da Verdade, que ainda será instalada, já surte os primeiros efeitos. O Grupo de Trabalho do Araguaia (GTA), constituído há três anos para localizar, exumar e identificar corpos de ex-guerrilheiros do PCdoB, pretende estender sua atuação na região da guerrilha por mais dois anos, para coincidir com o prazo de vigência da Comissão da Verdade.

O GTA foi criado em 2009, como Grupo de Trabalho Tocantins, instituído pelo governo para cumprir a sentença da juíza federal Solange Salgado, que determinou a busca das ossadas dos militantes de esquerda. O prazo de validade e as ações do grupo são renovados todo ano, via decreto presidencial, sempre por um ano. Desta vez, o GTA, com a Comissão da Verdade, quer funcionar por mais dois anos e encerrar de vez as expedições.

Os representantes da coordenação do Ministério da Defesa no GTA, os advogados Sávio Andrade Filho e Edmundo Muller, defendem a extensão do trabalho por mais dois anos e estão confiantes de que este será o novo prazo a ser adotado a partir de maio de 2012, quando expira o atual período de vigência. Esses dois anos passariam a contar a partir de junho de 2012.

Representante da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos no GTA, Diva Santana também defende um período mais longo de trabalho do grupo. Ela acredita que documentos e depoimentos a serem prestados na Comissão da Verdade possam trazer novas informações sobre a localização dos restos mortais dos guerrilheiros.

– Não tenho dúvida de que o material que será levantado pela Comissão da Verdade vai contribuir para os trabalhos do GTA. Vivemos a expectativa de que informações oficiais surjam. Não admito que se enterre uma pessoa na mata e que não haja registro da localização. Os militares faziam fotos dessas pessoas. E não teriam informações sobre esses paradeiros? Acredito que esses documentos existam. A comissão vai contribuir para o avanço, para que o GTA localize os restos mortais – afirma Diva, irmã da guerrilheira Dinaelza Santana.

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