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Boeing buscará cortes adicionais de preço de fornecedores após acordo com Embraer

Tim Hepher e Eric M. Johnson

A Boeing pressionará por cortes de preços mais acentuados de fornecedores com operações sobrepostas assim que concluir a aquisição planejada da unidade de jatos comerciais da brasileira Embraer, disse nesta terça-feira à Reuters o presidente-executivo da fabricante de aviões norte-americana, Dennis Muilenburg.

“A principal coisa que você verá é que com a combinação entre Boeing e Embraer seremos capazes de aumentar o volume para nossa cadeia de suprimentos, que em geral será benéfico. E esse volume benéfico deve se traduzir também em mais competitividade e acessibilidade”, afirmou Muilenburg.

Perguntado se ele esperaria cortes adicionais de preço além daqueles englobados na parceria de redução de custos da Boeing, ele disse: “Sim. Porque você verá aumentos adicionais no volume. E uma discussão muito típica que teremos com nossa cadeia de suprimentos é se há uma oportunidade para eles aumentarem o volume ou o acesso a plataformas adicionais, se pudermos obter uma vantagem de custo no mercado, isso é um benefício mútuo.”

A Boeing, enquanto isso, continua “acompanhando de perto” as tendências de consolidação entre seus principais fornecedores e continuará expandindo onde achar necessário dar suporte a seus negócios.

“Em alguns casos, a consolidação pode ser benéfica quando permite que a cadeia de suprimentos reduza os custos. Se chegarmos a um ponto em que a consolidação está reduzindo nossas fontes a um nível em que não podemos permanecer, teremos a oportunidade de construir novas fontes de suprimento. Sempre temos essa flexibilidade”, disse Muilenburg.

Ele indicou que a Boeing continuaria atuando em áreas tradicionalmente dominadas por seus fornecedores, trazendo algumas partes da cadeia de suprimentos para dentro da empresa, um processo conhecido como integração vertical.

Embraer faz acordos para venda de nova família de jatos em feira britânica

A Embraer anunciou nesta terça-feira durante a feira britânica de aviação de Farnborough novas encomendas e intenções de compra da nova família de jatos comerciais E2, em acordos com potencial de reforçar a carteira de pedidos da fabricante brasileira em alguns bilhões de dólares nos próximos meses.

A maior parte dos anúncios, porém, envolveu intenções de compra, que podem ou não ser confirmadas mais adiante, num total até agora de 136 aviões. Deste volume, 100 unidades envolvem o jato E175, encomendado pela norte-americana Republic Airways, e incluem possibilidade de conversão do pedido para o novo modelo E175-E2. A intenção da companhia, se confirmada, valerá 9,3 bilhões de dólares a preços atuais dos aviões.

Além disso, a companhia aérea brasileira Azul assinou intenção de ampliar em 21 jatos seu pedido de 30 E195-E2 acertado em 2015, a suíça Helvetic Airways pretende levar 12 E190-E2 nos próximos meses e uma companhia aérea espanhola cujo nome não foi revelado mostrou interesse firme em três E195-E2.

Em termos de pedidos firmes, a fabricante brasileira conseguiu nesta terça-feira 10 encomendas de E195-E2, que carregam opção de serem ampliadas em mais 10 unidades do mesmo modelo. O pedido foi feito pela Wataniya Airways, do Kuwait, tem um valor potencial de até 1,3 bilhão de dólares e será incluído na carteira de encomendas firmes do terceiro trimestre. Na véspera, durante a feira britânica, a Embraer anunciou pedido firme feito pela norte-americana United Airlines envolvendo 25 jatos E175, em um contrato avaliado em 1,1 bilhão de dólares.

As ações da Embraer ampliavam o movimento de alta iniciado após o anúncio da carta de intenção da Azul mais cedo. Às 14:35, os papéis subiam 3 por cento, a 21,62 reais, enquanto o Ibovespa .BVSP mostrava alta de 2,4 por cento.

Em abril, o presidente da divisão de jatos comerciais da Embraer, unidade que pode ser passada ao controle da norte-americana Boeing, John Slattery, afirmou que ficaria “decepcionado” se a empresa não conseguisse vendas significativas da nova família de aviões este ano.

As versões modernizadas dos aviões comerciais da Embraer começaram a ser entregues em abril. O primeiro modelo a ficar pronto foi o E190-E2, entregue para a norueguesa Widerøe.

A família de aviões E2, que ainda tem os modelos 175 e 195, tem capacidade de 80 a 146 passageiros e deve ter o lançamento concluído até 2021. O modelo 195 deve ficar pronto no final do próximo ano.

Na semana passada, a norte-americana JetBlue, do mesmo fundador da Azul, anunciou decisão de trocar sua frota de cerca de 60 jatos da Embraer por modelos produzidos pela parceria Airbus-Bombardier, o que pressionou as ações da fabricante brasileira.

Azul encomenda mais 21 jatos E195 de 2ª geração da Embraer

A Azul anunciou nesta terça-feira encomenda adicional de 21 jatos E195 de segunda geração da Embraer, ampliando o total de pedidos firmes feitos à fabricante brasileira para 51 unidades, afirmou a terceira maior companhia aérea do Brasil.

A Azul não informou o valor da encomenda, mas, no final de fevereiro, a Embraer afirmou que o preço de tabela do E195 de segunda geração era de 58 milhões de dólares.

Segundo a companhia aérea, “como maior operador E195 do mundo, a Azul se beneficiará de condições de compra favoráveis, incluindo flexibilidade de acordo com as oportunidades de crescimento do mercado”.

As ações da Embraer tocaram máxima da sessão a 21,52 reais, em alta de 2,48 por cento, após o anúncio, mas perdiam o fôlego. Às 12:36, os papéis avançavam 1 por cento, em linha com o Ibovespa.

O aumento das encomendas firmes da Azul, feito durante a feira britânica de aviação de Farnborough, acontece depois que a companhia aérea norte-americana JetBlue decidiu na semana passada trocar sua frota de jatos da Embraer por modelos comercializados pela parceria Airbus-Bombardier.

A companhia aérea norte-americana, uma das principais clientes da fabricante brasileira, tem entre os fundadores David Neeleman, presidente do conselho de administração da Azul. Receios de que a Azul poderia acompanhar passos da JetBlue chegaram a pesar sobre as ações da Embraer nos últimos dias, embora a companhia aérea brasileira tenha afirmado que, apesar do “relacionamento próximo, Jetblue e Azul são companhias independentes”.

A encomenda elevada ocorre em um momento em que a Azul renova sua frota. A empresa se prepara para devolver metade dos aviões de primeira geração da Embraer nos próximos cinco anos. “Esse novo pedido garante a substituição destas aeronaves por aeronaves de nova geração, mais eficientes na queima de combustível”, afirmou a Azul em comunicado.

As entregas dos aviões da Azul fabricados pela Embraer começam em 2019. Os modelos serão configurados com 136 assentos, 15 por cento a mais que a versão anterior da aeronave. Segundo a Azul, os novos aviões permitirão redução de pelo menos 26 por cento no custo por assento comparado com a geração anterior por conta de consumo menor de combustível.

“Nossa frota de aeronaves da Embraer sempre foi e sempre será fundamental para nossa malha e estratégia de frota”, afirmou o presidente-executivo da Azul, John Rodgerson, em comunicado à imprensa.

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