Comentário Gelio Fregapani – Guerra e Paz; Proliferação Nuclear e Desenvolvimento Industrial.

Guerra e Paz

 Israel avisa que não tolerará um Irã nuclear. Os EUA e o Reino Unido posicionam seus navios para um ataque à Síria e ao Irã, tal como haviam feito com o Iraque.

É óbvio que há uma guerra em preparação. Imaginávamos que iniciaria por um ataque aéreo de Israel à indústria nuclear iraniana, o que arrastaria os EUA, aliás bem contentes pela oportunidade de garantir seu acesso ao petróleo; que os EUA contassem com a aliança da OTAN, ou ao menos do Reino Unido, e que a China apenas protestaria  aproveitando para resolver suas pendengas com seus muçulmanos e para reincorporar Taiwan. Imaginávamos também que a Rússia, sendo beneficiada pelo aumento do preço do petróleo causado pela guerra (a Rússia é o país que mais excedentes tem), se limitasse a desaprovar a guerra, isto se não apoiasse uma eventual coligação balcânica anti turca, caso a Turquia apoiasse militarmente os países islâmicos.   Vitória certa!

Entretanto…  A China ordena à sua Marinha que se prepare para combater e a Rússia envia um porta-aviões e escolta para uma base na Síria. Mandaram o recado que tem outros interesses e se envolverão.

Isto talvez evite ou ao menos retarde a guerra, mas se ela vier será maior do que o esperado. Terá âmbito mundial
 
Proliferação Nuclear

Os EUA podem ter quantas ogivas quiser.
 A Rússia, a China, A França e o Reino Unido também.
A Índia, o Paquistão, e Israel romperam a barreira e se armaram.
O Irã e a Coréia do Norte estão proibidos por quem não tem moral para proibir.
A Arábia saudita diz que considera a possibilidade de desenvolver a bomba.
Aqui, dois presidentes a serviço do estrangeiro sepultaram o desenvolvimento.
Até quando? – Quem tiver essas armas jamais será atacado. –  Coragem Dilma!

 
Tal como em Alcântara?

A imprensa em Israel tem destacado as especulações sobre sabotagens que teriam provocado a explosão em uma base de mísseis a 45 quilômetros de Teerã, que pode ter afetado significativamente o programa nuclear daquele país.

Ao todo, 17 militares iranianos morreram no incidente, qualificado por Teerã como "acidental". Entre os mortos está o chefe do projeto de desenvolvimento de mísseis do Irã.
 
Desenvolvimento Industrial

É Impossível desenvolver a indústria nacional sem algum grau de proteção. Temos que lembrar que os ingleses, os americanos e os alemães se desenvolveram em um ambiente protegido. Assim fizeram também os japoneses. Os chineses, hoje, fazem da mesma forma .

As nascentes empresas de capital nacional, criadas quando a II Guerra impediu as importações, foram hostilizadas por Roberto Campos em pleno governo militar e descaracterizadas na constituição de 88. Finalmente até as estatais foram entregues ao estrangeiro pelo Collor e FHC. Quase só nos sobrou o commodities do agronegócio

A China usa o câmbio e todas as maneiras para proteger sua indústria. Segue o caminho que dá certo. Obteve notáveis progressos econômicos e tecnológicos, e emergiu como superpotência.  Criou regras para absorver capital e tecnologia, exigindo associação com empresas chinesas. Planificou dentro de seu interesse. Hoje conta com empresas de ponta em todos os setores, enquanto o nosso País quase já não tem marcas nacionais, pois entregou seus mercados às transnacionais, importando ou pagando por tecnologia raramente compensadora, em nome do livre comércio e do neoliberalismo imposto pelas potências imperiais.

O atual governo vem adotando algumas medidas de proteção contra a desindustrialização, como a redução da “Selig” e a taxação de importados. Ainda tímidas. Precisa ser incentivado a ir adiante. No aprofundamento da crise global, a nossa melhor opção seria nos tornarmos auto-suficientes. Claro que para isto temos que ter condições militares de garantir nossa neutralidade, mas a primeira medida seria a proteção da indústria nacional.
 
A Posição do Exército

 Disciplinadamente um Exército cumpre ordens. É certo, nem deveria ser de outra forma. Entretanto soldados não são autômatos sem alma, e muito espezinhados ou quando sentem que sua lealdade está sendo conduzida contra os interesses de sua Pátria, tendem a tomar outro posicionamento; reconheçamos, nem sempre o mais adequado.

Os militares foram espezinhados a partir da “nova República”, mas deu para aguentar. Instados a agir contra os interesses nacionais, no caso da Raposa-Serra do Sol, ensaiaram uma atitude. Não durou muito, logo voltaram a se escudar em uma disciplina que mais encobriu a covardia do que o cumprimento do dever, pois pelo menos deveriam lealmente mostrar ao comandante supremo o erro que estava fazendo. Enquanto isto o Exército ia perdendo sua única vantagem: a confiança da população.

Felizmente os ventos estão mudando, e a Comandante em Chefe dá indícios de agir no interesse do País Embora tenha erroneamente aprovado a parcial “comissão da vingança”, já deu mostras de consideração, acenando com recomposição dos soldos e de reequipamento bélico. Se confirmados os bons indícios, ainda persiste o problema  interno; uma burocracia asfixiante que impede até de pensar. Faz com que os Estados Maiores não percebem que blindados não tem mais lugar na batalha moderna, dominada por mísseis e sistemas de armas remotamente controlados. Que a ameaça (o apoio militar da OTAN à independência de área s indígenas na Fronteira Norte) nos exige o povoamento da provável área do conflito, e isto só pode ser feito com garimpeiros. Que o inimigo terá supremacia aérea e não poderemos deslocar um só comboio ou sequer um barco regional com reforços. Que não poderemos abrir mão de minas antipessoais independente de tratados, e que além de treinamento necessitamos de armas modernas fabricadas aqui!

Sobre este último aspecto a burocracia paralisante chega as raias do absurdo. Criam-se todos os embaraços, mesmo ilegais, a quem quer fabricar ou inovar qualquer armamento, a menos que seja empresa estrangeira. Não é culpa do Governo; São regras inadequadas criadas pelo Exército e aplicadas maldosamente, como se houvesse uma intenção de nos manterem desarmados.
 
Quanto ao Novo Código Florestal

Ainda que crie alguma segurança jurídica aos agricultores, 80% de reserva legal mais as margens dos igarapés quase inviabilizam a ocupação da Amazônia
 
Mas que a proximidade da comemoração do Natal de Nosso Senhor, possa nos aproximar mais ainda e contribuir para a harmonia entre todos nós.

Gelio Fregapani

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