Comunicado – Indício de contaminação de AVGAs – Gasolina de Aviação

Nota DefesaNet

A Agência Nacional de Aviação Civil, ANAC, enviou resposta à DefesaNet.

Ver resposta da ANAC Link

O Editor

Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves

AOPA Brasil

www.aopabrasil.org.br

São Paulo, 7 de julho de 2020.

À ANAC AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL

ASSOPASSESSORIA DE SEGURANÇA OPERACIONAL

ATT.: SR. WAGNER WILLIAM DE SOUZA MORAES

C.C.: SR. RICARDO CATANANT

Diretor SR. RONEI GLANZMANN

Secretário Nacional de Aviação Ministério da Infraestrutura

Ref.:Indício de risco de contaminação de AVGAs Gasolina de Aviação

Prezado Wagner,

Na sequênciade contatos previamente realizados no final do dia de hoje, vimos relatar o que segue:

– Desde a interrupção da produção de gasolina de aviação em território nacional sabese que o país se tornou importador desse combustível, que alimenta milhares de aeronaves brasileiras. Apesar de reportada pela Petrobras a expectativa de retomada do refino da gasolina de aviação no Brasil,isso não ocorreu.

– Na esteira das decisões de não retomada da produçãoocorreramproblemas logísticosque implicaram na falta de suprimento do produtoem todo o Brasil.

Ainda nosegundo semestre de 2019ocorreram relatos, oriundos de operadores e oficinas mecânicas, de supostos índices excessivos de chumbo, que se acumulavam de forma anormal em partes do grupo motopropulsor.

Investigações realizadas na ocasião, até onde tivemos a oportunidade de tomar conhecimento, que envolveram a ANP (Agência Nacional do Petróleo), Petrobras e CENIPA, deram conta de que as amostras de produto retiradas pela ANP, Distribuidoras e Petrobras, em diferentes pontos de amostragem, desde os tanques de estocagem na refinaria até os tanques das distribuidoras nos aeroportos, estavam dentro das especificações de Chumbo previstos. Naquela ocasião foi detectadadiferença no teor de chumbo do produto produzido no Brasil para o importado, esse último mais alto, porém dentro dos limites da especificaçãosegundo associação de distribuidores.

– No dia de hoje, porém, passaram a circular diversas informações,em redes sociais de operadores aeronáuticos, em diversas localidades e regiões do Brasil, dando conta da possível ocorrência de corrosões agressivas, aparentemente provocadas pelo combustível, que se apresentam em tanques de aeronaves, juntas, mangueiras, seletoras, bicos injetores, drenos e em outras partes e componentes. Essas informações foram transmitidas inclusive com imagens, já repassadas à ANAC

Desse modo, tendo em vista o potencial risco severo decorrente de uma eventualcontaminaçãodo produto em algum ponto da cadeia de suprimento, por razoes desconhecidas, nossa Associação solicita pronta ação desta Agência no seguinte sentido:

 

1) Tomar providênciaspara verificar as condições técnicase de qualidade da gasolina de aviação disponível em território brasileiro, particularmente junto à Petrobras, distribuidores e revendas, tornando público os resultados de testes que tenham sido feitos nos últimos 120 (cento e vinte) dias por esses elos da distribuição;

2) Voltar a realizar testes com produtos estocados nos principais pontos da cadeia de suprimento que atente o Brasil, particularmente em terminais portuários, tanques de distribuidores e tanques de revendas, dando ampla publicidade aos resultados;

3) Abrir canal direto de comunicação entre a comunidade aeronáutica e a ANAC para que relatos específicos, que apontem localidades, tanques em aeroportos, aeronaves, componentes e/ou amostras do combustível que apresentem ou possam apresentar discrepâncias sejam formalmente recebidos pela Agência.

4) Fornecer imediatas instruçõesa distribuidores, revendedores, operadores e aviadores relativamente a verificaçõesque possam ser conduzidas antes das operações como pronta forma de mitigação de riscos.

É dispensável reiterar as enormes dificuldades enfrentadas pela aviação geral brasileira ao longo dos últimos anos, que resultou, em 2019, nos menores volumes operacionais dos últimos 20 anos. A deterioraçãona cadeia de suprimento de combustíveis é fato inconteste, com a saídade revendedores e distribuidores do mercado, deixando centenas de aeroportos outrora supridos, hoje desabastecidos de AVGAs, combustível que movimenta grande parte da frota nacional de aeronaves. Diante desse quadro, nossa Associação observa a existênciade um conjunto de condições que podem, infelizmente, nos fazer inferir aexistênciade riscos de qualidade do produto.

Certos de contarmos com vossa pronta resposta, nos mantermos totalmente à disposição para que os esclarecimentos sejam produzidos e a segurança operacional preservada.

Respeitosamente

Humberto Gimenes Branco

Presidente

+55 11 9 8446 1856

humberto.branco@appa.org.br

 

Contaminação de AVGAs – Gasolina de Aviação by nelson during on Scribd

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