No pátio de aviões do aeroporto RIOgaleão, elas comandam

O vai e vem dos aviões no pátio do RIOgaleão- Aeroporto Internacional Tom Jobim exige atenção rigorosa dos controladores de pátio para que os aviões consigam maior rapidez, segurança e eficiência nas operações de embarque e desembarque.

Em uma sala inovadora, conhecida como Apron Control, sistema disponível no Brasil apenas no RIOgaleão e que organiza o movimento de aeronaves, equipamentos, veículos e pessoas no pátio, duas vozes suaves comandam tudo, sem desgrudarem os olhos de várias telas que compõem a unidade.

Esta adrenalina move o dia a dia de Alessandra Dias, 39 anos, e de Livia de Oliveira Lima Barros, 33, que trabalham há 11 e 7 anos no aeroporto, respectivamente. Elas afirmam, categoricamente, não querer deixar esta profissão tão cedo. Em um universo de centenas de mulheres que trabalham no RIOgaleão, parece que duas já têm seus corações conquistados profissionalmente.

Livia se sente orgulhosa ao falar que pessoas embarcaram e desembarcaram no RIOgaleão neste Carnaval em dias de operações com qualidade, previsibilidade e segurança. Aliás, em três anos como operadora do Apron Control, acredita tanto em seu trabalho como no da equipe para reconhecer o sucesso de uma escolha que, embora inusitada, busca qualidades femininas para a função: sensibilidade, agilidade e percepção.

“Temos preocupação com a manobra do bem material, que são os aviões, mas antes de tudo é importante lembrar que há várias pessoas dentro das aeronaves. Pode haver uma pessoa da minha família, por exemplo, ou de qualquer outra. A prioridade é a segurança, com qualidade e eficiência”, afirma.

Segurança e dinamismo


Livia é moradora da Ribeira, na Ilha do Governador, próxima ao aeroporto, e sempre conviveu com as idas e vindas dos aviões. Aos 18 anos, iniciou carreira nas companhias aéreas, com passagens pelas antigas Varig e TAM, decidindo depois se aventurar em voos mais altos na sala de operações do RIOgaleão. Com cursos em Apron Control, além de terminologias adequadas para o equipamento, começou a trabalhar em 2015 no controle das aeronaves.

O sentimento positivo de preservar vidas passa pela sua convivência com aviões desde o berço. Seu primeiro voo, diz, foi aos três meses de idade. “Sonho em casar, ter uma família e filhos”, finaliza. Já Alessandra descobriu a profissão por acaso. Sendo formada em Letras, foi convidada por um monitorando de sua universidade a conhecer o aeroporto e suas funções. Ficou por ali mesmo.

“Trabalhei em atendimento a empresas de aeronaves executivas e depois em grandes companhias aéreas. Desde janeiro de 2019 integro a operação de pátio da RIOgaleão. É muito bom estar aqui porque a dinâmica sempre muda. Cada dia é diferente: um dia é a meteorologia, em outro é um atendimento especial a um passageiro atrasado, ou então outro aeroporto remaneja um voo, enfim, precisamos estar sempre “ligados””, afirma.

Assim como Livia, Alessandra também tem seu sonho em seguir carreira no RIOgaleão. “Faço gestão de pessoas e estudo para ser coordenadora, mas sempre em algo relacionado à carreira aeroportuária”, finaliza.

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