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Embraer tenta vender aos EUA

Jornal de Brasília

A Empresa Brasieira de Aeronáutica (Embraer), terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, espera vencer a disputa para fornecer aviões leves de ataque ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos. A decisão, que está nas mãos do Pentágono, deve ser anunciada até o fim de julho. O valor do contrato é de até US$ 950 milhões, com potencial para fornecimento de até 55 aeronaves para o programa Light Air Support (LAS), sendo que a encomenda inicial seria de 20 unidades para serem usadas especificamente no Afeganistão e outras 15 ficariam com a Força Aérea. A concorrente da brasileira é a americana Hawker Beechcraft, que já fornece aviões para a Força Aérea.

"A única coisa que pedimos é que seja uma licitação aberta e justa, porque nós sabemos que temos o melhor produto e a melhor solução para atender o cliente com excelência", disse o diretor de Marketing e Vendas na área de Defesa e Segurança da Embraer, Acir Padilha.

O executivo explica que o contrato não tem um prazo para acabar e a quantidade também é indefinida, o que significa que haveria potencial para a Embraer continuar fornecendo aviões para a Força Aérea após entregar a ordem inicial.

Se vencer a licitação, deve começar a montar os aviões em 2012, com prazo de entrega para o início de 2013. O processo, no entanto, pode atrasar alguns meses caso a empresa perdedora resolva contestar a decisão e, nesse caso, uma nova avaliação pode levar até 90 dias.

APOIO DE HILLARY CLINTON

Padilha garante que o modelo da Embraer tem vantagens para sair na frente e a vitória da companhia também estimularia a economia dos Estados Unidos. A própria secretária de Estado, Hillary Clinton, saiu em defesa da Embraer no início do ano, ressaltando que a maior parte dos produtos será fabricada em território americano e que isso ajudará também o mercado de trabalho.

Entre as vantagens citadas está o fato de que o A-29 Super Tucano é fabricado desde 2003, enquanto a concorrente ainda teria que desenvolver uma aeronave, a AT-6, a partir de um modelo já existente. O A-29 já foi vendido para o Brasil e mais seis países – Equador, Colômbia, Chile, República Dominicana, Indonésia, além de uma nação da África que a empresa não quis divulgar.

Parceria com americanos

Embora seja uma empresa brasileira, a Embraer fará parceria com uma empresa dos Estados Unidos, a Sierra Nevada, para fornecimento de serviços, como treinamento. Além disso, pelo menos
60 companhias no país, de 19 estados norte-americanos, participarão com fornecimento de partes e serviços. Em relação aos empregos, seriam criadas 50 vagas diretas. No entanto, o diretor de Marketing e Vendas na área de Defesa e Segurança da Embraer, Acir Padilha declarou que, indiretamente, a fabricação do A-29 Super Tucano dará suporte a cerca de 1,2 mil empregos no país.

Se ganhar a concorrência, a Embraer irá se instalar na cidade de Jacksonville, na Flórida, e receberá incentivos fiscais do estado e do município num total de US$ 150 milhões. A empresa brasileira também terá um hangar no aeroporto internacional de Jacksonville para montar os aviões.

Padilha, informou também que a empresa está em negociações com um país da América Latina e outro na África para fornecimento da 12 aeronaves no total, mas que enquanto os contratos não forem fechados, os nomes dos países permanecem em sigilo. Hoje, existem 152 aeronaves Super Tucano em operação, segundo o executivo.

A Embraer, com a experiência de mais de 40 anos, é uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo. Já produziu mais de cinco mil aviões, que operam em 92 países, nos cinco continentes, tornando-a líder no mercado de jatos comerciais com até 120 assentos, além da fabricação de alguns dos melhores jatos executivos em operação e da entrada no seletivo setor de defesa.

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