Tenente Jonathan Jayme E Tenente-Coronel Santana
Desde o início de sua formação, o cadete aviador conta as horas para estar pronto para o cumprimento de uma missão real. No mês em que é celebrado o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira (FAB), em homenagem à data em que Alberto Santos-Dumont realizou seu primeiro voo a bordo do 14-Bis, o Notaer traz relatos de militares que, assim como o Pai da Aviação, escolheram o céu como escritório de trabalho. Integrantes de diversas aviações contam experiências de acionamentos reais e a paixão pela profissão.
Asas Rotativas
“A minha primeira missão real como comandante de Black Hawk foi um acionamento para o resgate de um senhor que estava em uma embarcação a mais de 100 milhas do litoral gaúcho, no mês de maio deste ano. No momento que fomos chamados, pude perceber a importância da missão que treinamos diariamente e sentir a responsabilidade de estar preparada para decolar a qualquer momento, pois a vida de um cidadão brasileiro dependia da minha tripulação. Um sentimento como esse confirma todos os dias a minha melhor escolha: ser aviadora e, principalmente, ser piloto de helicóptero. Minha realização consiste em saber que, com meu trabalho, posso contribuir, de alguma maneira, para que a Forca Aérea Brasileira se faça presente nas situações em que a nossa Nação precisar”.
Tenente Aviadora Maria Luisa (5º/8º GAV)
Busca e Salvamento
“Em julho de 2017, estava em uma missão de apoio ao Ministério da Saúde, em São Joaquim (AM). Fomos a uma das aldeias da etnia Kuripako e a viagem até a comunidade havia sido difícil devido ao mau tempo. Enquanto ocorria a missão, tivemos que fazer uma evacuação aeromédica às pressas de um indígena com poucas semanas de vida que havia contraído uma infecção generalizada. Tivemos que ser rápidos para salvar aquela criança. Ser piloto de helicóptero da FAB proporcionou-me diversas experiências, únicas e engrandecedoras. Transformei-me como militar e profissional nas asas dos rotores da FAB”.
Capitão Aviador Agenor de Andrade Rezende Lima (2º/10º GAV)
Caça
“Ao me formar piloto de Caça, tive como principal anseio prosseguir para a Região Amazônica e servir no Esquadrão Grifo (2º/3º GAV), pois lá poderia realizar, com maior frequência, missões de combate a ilícitos e defesa da fronteira do Brasil. Com mais de 15 anos ininterruptos na Caça, voando aeronaves A-1, A-29 e AT-26, foi em 2019 que fiz uma das missões reais mais vibrantes e importantes da minha carreira, durante a Operação OSTIUM III. Na ocasião, tive a oportunidade de realizar voos de Reconhecimento Aéreo com a aeronave A-29 na região de fronteira do Sul do Brasil. Diversas movimentações ilícitas foram localizadas e apreendidas durante a realização da missão. É gratificante servir à pátria como piloto de Caça, pois tenho a oportunidade de contribuir para a soberania territorial e aeroespacial do Brasil”.
Major Aviador Engler Marcel Pereira (Ala 6)
Patrulha
“Certa vez, na costa Nordeste, cumprimos uma missão de Patrulha Marítima em apoio à Marinha do Brasil. Após algumas horas de voo, localizamos dezenas de embarcações pesqueiras não autorizadas para estarem naquela área e, mais à frente, um navio mercante de origem estrangeira. Diante da nossa presença, a embarcação se locomoveu em direção às águas internacionais. Após o pouso, fomos informados que se tratava de uma ação criminosa com prática ilegal da pesca. Os criminosos não obtiveram sucesso, pois estávamos lá cumprindo a nossa missão. A Aviação de Patrulha é multimissão e esse fator é determinante para a manutenção do nosso preparo e motivação. Sinto-me extremamente honrado em fazer parte deste seleto grupo de patrulheiros, pois tornamos a Força Aérea mais forte”.
Capitão Aviador Rodrigo Barros Aureliano Alves (1°/7° GAV)
Reconhecimento
“Voando pelo Esquadrão Guardião, tive a oportunidade de participar de uma missão de Controle e Alarme em Voo na qual, juntamente com toda a tripulação, enfrentei o desafio de detectar e controlar a interceptação de uma aeronave suspeita adentrando o nosso espaço aéreo. Depois de cumprir todos os procedimentos de identificação previstos, a aeronave foi obrigada a realizar o pouso. O resultado da nossa missão foi a apreensão de uma grande quantidade de substâncias ilícitas e os suspeitos detidos. Naquele momento, tivemos o gratificante sentimento de dever cumprido, compartilhado por todos a bordo da nossa aeronave”.
Capitão Aviador Max Ricardo Horr (2º/6º GAV)
Transporte
“Em uma ocasião, no Esquadrão Corsário (2º/2º GT), fomos acionados para apoiar o deslocamento de cinco aviões F-5 de Manaus (AM) para Canoas (RS), fazendo o reabastecimento em voo. Próximo a Campo Grande (MS), um deles informou que seguiria para São Paulo. Acompanhamos para ter a certeza de que pousaria em segurança. Ao final, recebemos a ligação de um dos pilotos informando que nosso apoio foi primordial para a tranquilidade em suas ações. Foi uma sensação incrível poder auxiliar outros companheiros naquela ocasião. Outras situações marcantes na minha carreira foram os deslocamentos de tropas para o Haiti e o transporte de mantimentos e remédios. As missões humanitárias são sempre gratificantes, porque podemos ver nas pessoas a felicidade de receber apoio em um momento tão difícil”.
Major Adriana Gonçalves Reis (2º/2º GT)